Em um trimestre, mais 550 mil trabalhadores perderam empregos no Brasil. A informação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado no dia 29 de março.
Em fevereiro de 2018, o índice de desemprego subiu para 12,6%. No total, são 13,1 milhões de brasileiros em busca de ocupação. No trimestre encerrado em novembro, a taxa foi de 12% e de 12,2% em janeiro.
O desemprego está aumentando e não há política pública para a retomada do crescimento industrial no país. A Reforma Trabalhista está, a cada dia, fazendo mais vítimas, com um trabalho precário, deixando trabalhadores desamparados.
A farsa que tentou fundamentar o golpe de 2016, tirando a Dilma do poder, envolveu a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e várias mentiras foram contadas ao povo. Uma delas é a de que a reforma trabalhista acabaria com o desemprego.
Deputados como Vitor Lippi (PSDB), que está em Brasília para votar projetos que favoreçam o aumento de lucros dos empresários, soltam as vozes em defesa das reformas de Temer. Já foram gastos e noticiados bilhões de reais que saíram dos cofres públicos para beneficiar políticos do Congresso Nacional para aprovarem, “a toque de caixa”, as medidas do governo golpista.
Enquanto isso, na sala da justiça, o povo trabalhador aguarda ansioso por proteção e igualdade. Mas mesmo com a publicação da medida provisória (MP) 808, que altera pontos da nova legislação trabalhista (nº 13.467), como o da mulher grávida trabalhar em função insalubre, o trabalhador segue prejudicado.
A validade da MP é até o dia 23 de abril. Os parlamentares não elegeram sequer um relator para analisar o texto e depois colocar em votação para que a MP seja efetivada como lei.
Sem efetivação, a reforma trabalhista fica na íntegra, como queria Temer e seus aliados. Acaba, por exemplo, o período mínimo de 18 meses a ser respeitado entre uma demissão e a recontratação pela modalidade de trabalho intermitente.
Esse desdém é premeditado. O governo golpista, composto por Temer e seus comparsas, como deputados e senadores, que como Lippi, votam a favor da elite, não interessam os direitos e as conquistas históricas da classe trabalhadora.
O retrocesso de PMDB e PSDB no poder inclui o desmonte dos direitos do povo. Por isso, também o grande interesse da elite em tentar acabar com os sindicatos. Faz parte do projeto de desmonte da CLT, do direito ao trabalho digno, à moradia (Minha Casa Minha Vida), ao estudo decente e por aí afora.
É um projeto que, por enquanto, está dando certo porque conta com parte do judiciário e com o apoio da grande mídia. Mas, como diria Chico Buarque, Apesar de Você (golpista), amanhã há de ser outro dia. Vamos cobrar com juros toda essa repressão e fazer valer a democracia!
O povo precisa ir para as ruas, em mobilização constante, com trabalhadores unidos porque a luta é coletiva. Sozinho não se vence a corrente. Não vamos nos deixar levar por farsas e mentiras. É do lado da democracia que precisamos estar!
Leandro Soares é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal)