Na última quarta-feira, dia 20, duas emissoras de TV, SBT e Globo, apresentaram ao público suas reportagens sobre o tumulto no qual Serra se envolveu no Rio de Janeiro. Na comparação entre os dois vídeos fica claro como a edição de uma matéria – e a orientação política do veículo de imprensa – podem induzir a opinião dos telespectadores.
A reportagem do SBT, com mais imagens e menos opiniões, mostra o momento em que o candidato José Serra, em meio a um tumulto, foi atingido por um objeto semelhante a uma bolinha de papel, que quicou na cabeça dele. Somente vinte minutos depois, após conversar com alguém ao telefone, Serra leva às mãos à cabeça em suposto sinal de dor.
Já a edição da Globo, que foi ao ar no Jornal Nacional, em tom grave, indignado, decreta que Serra sofreu agressão. O casal de apresentadores aponta culpados. Condena grupos e pessoas. Mas a reportagem mostra apenas uma foto do tucano com as mãos na cabeça. Nenhum vídeo do fato. Na sequência, abre espaço para o tucano se passar por vítima e ainda ressalta, para aumentar o drama, que uma repórter se machucou na cobertura do episódio (apesar da escassez de imagens que a equipe deve ter obtido).
