Quando a gente recebe uma notícia do falecimento de um companheiro que sofreu um acidente no local de trabalho, isso não traz “somente” indignação e tristeza. Para nós, metalúrgicos de Sorocaba, esta fatalidade se transforma em mais uma ação sindical em defesa da vida dos trabalhadores e por um local com condições dignas de trabalho.
A morte do metalúrgico W.S., que estava internado há 18 dias após ter 75% do seu corpo queimado dentro do Grupo Metalvic, não foi um caso isolado. Sempre que o Sindicato recebe uma denúncia de acidente ou situação insegura, cobra constantemente melhorias nas condições de trabalho, incentiva a atuação da CIPA e, quando necessário, recorre à Justiça para proteger a categoria. O trabalho dos dirigentes sindicais está pautado em defender os metalúrgicos e seu bem maior, que é a vida.
Infelizmente, os números de acidentes no nosso país e no mundo só crescem e matam mais que algumas guerras. Trabalhar na metalurgia já é um ofício pesado, com suas insalubridades e periculosidades, e executamos uma função que nos compromete fisicamente e psicologicamente, mas é responsabilidade da empresa garantir segurança. Não podemos trabalhar com medo, pensando em quem vai ser o próximo.
E quando há algum acidente de trabalho, a empresa não pode, em hipótese alguma, culpar o trabalhador, mas sim propor medidas para evitar qualquer risco à sua vida. Estes acidentes podem sim ser evitados e já existem medidas para isso! A Norma Regulamentadora (NR) nº 12 é uma destas ferramentas, que inclusive sempre é tema de debate nas negociações coletivas do SMetal.
A NR-12 prevê princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores. Além disso, a norma também pontua requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho na utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos. Tudo isso para garantir a segurança dos profissionais e assegurar melhores condições de trabalho.
O papel do sindicato é exatamente esse: cobrar a responsabilidade da empresa, conscientizar os trabalhadores e lutar por uma política de prevenção de acidentes efetiva, porque muitas vezes as fábricas fazem políticas só para cumprir normas e não é isso que a gente quer. É preciso fazer a política, cobrar que ela se cumpra e evite que mais vidas sejam perdidas. Afinal, estamos falando de vidas e não números.