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Editorial

Palavra da diretoria – Verba pública: é preciso comprometimento

A palavra da diretoria desta edição fala sobre o comprometimento que se deve ter com as verbas públicas e a importância do planejamento para se reduzir gastos

Imprensa SMetal
Arte: Lucas Delgado/Imprensa SMetal

O planejamento de cortes precisa estar conectado com a lógica do equilíbrio orçamentário pensando na sociedade como um todo

Fazer economia doméstica exige muito desempenho e disciplina da família, pois quem já tentou colocar as despesas no papel para fazer um planejamento financeiro sabe a dificuldade que é ajustar as contas com o salário.

Como os próprios economistas afirmam aquilo que é supérfluo, ou seja, dispensável, é sempre o primeiro item da lista a ser cortado. Para isso, qualquer análise séria para se fazer uma economia é precedida de um olhar crítico em todas as áreas.

Da mesma forma, quando um município precisa reduzir gastos não pode simplesmente fazer uma simulação para iludir o “balancete” final, escondendo embaixo do tapete as altas despesas com serviços ou estruturas que satisfazem a vontade de alguns ou de determinado grupo político e/ou econômico.

O planejamento de cortes precisa estar conectado com a lógica do equilíbrio orçamentário pensando na sociedade como um todo. E o melhor planejamento é aquele que é feito para longo prazo. Justamente, para se evitar apertos de última hora.

Parece passar longe disso, as medidas de combate à crise que serão implementadas por Pannunzio, cuja administração já jogou milhões de reais no lixo. Só ver a licitação para coleta dos resíduos sólidos, firmada em junho deste ano, no total de R$ 78 milhões por 12 meses (R$ 6,55 milhões/mês) para a Consórcio Ambiental, sendo que essa empresa já presta serviços de coleta e destinação do lixo por meio de um contrato emergencial – por um valor bem abaixo do que foi aprovado na licitação – de R$ 3,41 milhões/mês.

Sem contar o dinheiro investido em retrabalhos de obras deixadas pela administração anterior, de Vitor Lippi (PSDB). Exemplos não faltam. O Saae pagou R$ 243 mil em 2008 pela obra que não foi feita: a estação de tratamento do Vitória Régia. E os viadutos não concretizados no tempo previsto: JJ Lacerda e Humberto de Campos?

Ah, e o investimento de R$ 14 milhões que desabou junto com a Arena Multiuso, em 2014? Gastos que poderiam ter sido evitados se houvesse prudência e uma preocupação com a verba pública. Agora, o prefeito convocou a imprensa para anunciar corte em água, luz e alugueis.

A Administração Municipal precisa, até o final de 2015, cortar R$ 157 milhões em gastos. Essas ações de economia com luz, água e alugueis, adotadas nas últimas semanas já renderam uma economia de outros R$ 52 milhões, afirma a prefeitura.

Quanto seria economizado realmente se essas cifras de milhões com obras inacabadas e licitações mal feitas tivessem sido evitadas?

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