Busca
Editorial

Palavra da Diretoria – Semana que vem está aí

A campanha salarial emperrada por empresários passa a forte impressão ao SMetal e a FEM de que eles não querem dar aos trabalhadores o gosto de ver seus salários reajustados antes das eleições

Imprensa SMetal

Desde o dia 1º de setembro os grupos empresariais estão, oficialmente, empurrando a campanha salarial com a barriga. Antes dessa data eles já vinham enrolando, pois a pauta de reivindicações foi entregue a eles em junho. Mas a partir do dia 1º, data-base da categoria, o “embarrigamento” tomou contornos oficiais.

A forte impressão que os patrões passam ao SMetal e à FEM/CUT é que eles não querem dar aos trabalhadores o gostinho de ver seus salários reajustados antes das eleições de domingo, quando o futuro do Brasil pelos próximos quatro anos será definido pelo resultado das urnas.

Negociação após negociação os empresários tem se recusado até a repor a inflação da data-base (12 meses) nos salários. Mais recentemente, começaram a admitir a reposição integral da inflação. Mas ainda nos negam o merecido aumento real de salários.

A mais recente decepção foi uma negociação com o Grupo 3 (autopeças, forjarias e parafusos), onde os patrões mais uma vez se limitaram a oferecer os 6,35% de inflação do período, apesar dos sinais de retomada de investimentos no setor.

Mas os patrões não perdem por esperar. Semana que vem já está aí e com certeza os trabalhadores estarão totalmente focados em sua valorização salarial. E mais: a categoria estará, com razão, irritada com a enrolação e o desrespeito dos negociadores da Fiesp, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo que, aliás, é controlada pelo candidato a governador Paulo Skaf.

Alguns meses atrás, enquanto as empresas passavam por período de ajustes e planejamento, os negociadores patronais utilizaram essa fase para alegar “dificuldades de mercado” para ceder reajustes. Em alguns setores o ajuste incluiu demissões pontuais, também utilizadas como argumento tanto para negar reajustes quanto para atingir o governo de Dilma Rousseff.

Porém, as tais dificuldades eram passageiras e previsíveis, como alertavam os analistas econômicos mais equilibrados. As notícias pessimistas e catastróficas foram tantas que, em alguns casos, chegou a afetar a confiança de companhias locais no exterior. A oposição teve que recuar um pouco em sua pregação do caos.

Nas últimas semanas, voltaram a aparecer em parte da mídia notícias sobre investimentos das empresas no Brasil. O nível de emprego estabilizou-se e os empresários já admitem planejamentos ousados para os próximos anos. A expectativa voltou a ser de crescimento da produção e das vendas no Brasil.

Duas dessas notícias de investimentos, bem recentes, da Metso e da ZF, estão publicadas nesta edição da Folha Metalúrgica.

Enfim, não há nenhum motivo razoável para os patrões negarem valorização salarial aos metalúrgicos. Cientes desse fato, vamos continuar lutando pelo aumento real.

Porém, é necessário o metalúrgico ficar alerta no domingo. O Brasil está melhor e precisa avançar ainda mais. Retroceder está fora de questão. Pense nisso. Boas eleições.

tags
auemnto real Campanha Salarial deputados Dilma eleições 2014 Estadual federal folha 760 governador Palavra da Diretoria Presidenta presidente senador sindicato dos metalúrg trabalhadores
VEJA
TAMBÉM