A reforma política que está para ser votada pelo Congresso Nacional a qualquer momento não é uma reforma e sim um cala boca na sociedade, um ataque à democracia, pois não contempla as reivindicações do povo.
Os movimentos sociais e sindicais, como o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), reprovam totalmente o projeto que quer proteger o financiamento empresarial de campanha. Esse tipo de financiamento acaba elegendo políticos comprometidos com os interesses das empresas que os patrocinam. Por isso, não podem ser considerados representantes da sociedade.
Com pressa, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, quer a qualquer custa aprovar o projeto que propõe – mentirosamente – uma mudança no sistema político brasileiro. A corrida é contra o tempo porque ele quer fazer valer as regras para as eleições de 2016.
Além de tentarem evitar o fim do financiamento empresarial o projeto também cria um sistema “distritão” nas eleições do Legislativo e propõe a redução dos mandatos de senadores de oito para cinco anos. Se for aprovado pela comissão especial da Câmara o projeto pode ser votado na próxima terça-feira, dia 26.
Eles querem dar um ‘passa moleque’ na sociedade, mas estamos atentos e mobilizados. Em março deste ano o SMetal encartou na Folha Metalúrgica um suplemento especial sobre a verdadeira Reforma Política que tem como objetivo formar mecanismos para impedir a corrupção no Brasil.
No encarte foi explicado os passos que os movimentos estão dando para reivindicar uma Constituinte Exclusiva (uma eleição específica) para que se possa fazer ‘a mãe de todas as reformas’ conforme as necessidades de mudança que precisam ser feitas nos sistemas político e eleitoral do país.
O momento é de cerco político e o desafio é dar continuidade às mobilizações contra o conservadorismo que impera no Congresso para frear a aprovação de mais um projeto prejudicial ao povo.
Esse mesmo Congresso quer aprovar a ampliação da terceirização e a redução da maioridade penal. Para não se ter nenhuma dúvida do reacionarismo da composição desse parlamento foi aprovado recentemente as medidas provisórias 664 e 665 que reduzem os direitos trabalhistas.
O Brasil foi às ruas e assistiu uma ampla manifestação em julho de 2013 que reuniu pessoas de diferentes posições ideológicas, mas todas cansadas do sistema político atual. Por questão de sobrevivência a luta contra a falta de representação política deve continuar.
Como bem expôs o sociólogo Emir Sader em palestra na sede do SMetal, no dia 9, é preciso que o trabalhador, a mulher, o sem terra e outros movimentos da sociedade sejam representados e acabar com as bancadas ruralistas, da bala e empresariais, em Brasília.
Clique aqui para conferir a matéria onde o SMetal e a CUT regional repudiam a aprovação das MPs 664 e 665.