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Palavra da diretoria- Espírito coletivo

Algumas empresas têm ameaçado descontar horas de trabalho do mês de julho devido à participação dos metalúrgicos na manifestação do último dia 11, em Sorocaba, que mobilizou 15 mil pessoas

Imprensa SMetal

Algumas empresas têm ameaçado descontar horas de trabalho do mês de julho devido à participação dos metalúrgicos na manifestação do último dia 11, em Sorocaba, que mobilizou 15 mil pessoas em defesa da pauta de reivindicações dos trabalhadores, como redução da jornada, o fim do fator previdenciário e contra a ampliação da terceirização, entre outras.

O Sindicato dos Metalúrgicos tem procurado as empresas que ameaçam o desconto para convencê-las de que penalizar os trabalhadores só vai aumentar o grau de insatisfação nas fábricas. A manifestação em Sorocaba foi legítima, pacífica e necessária para coibir as tentativas de golpe contra a democracia e os direitos trabalhistas, que alguns segmentos neoliberais tentam aplicar no Brasil.

O patrão que não entende isso muito provavelmente é cúmplice do golpismo. De qualquer forma, é fundamental a mobilização dos trabalhadores em cada fábrica que ameaça descontar as horas ou o dia de protesto nos salários.

Essa unidade dos metalúrgicos no chão de fábrica e nos escritórios e esse espírito de coletividade são pré-requisitos para iniciar eventuais greves sempre que o patrão insiste em ser intransigente.

É necessário que o trabalhador se conscientize também que a batalha por melhorias sociais e garantias de direitos coletivos requer sacrifícios. Cada cidadão consciente precisa dar sua cota de contribuição, que às vezes significa “perder” ou compensar algumas horas de trabalho em nome de um bem maior para ele e para seus companheiros de classe.

E nós estamos em um momento decisivo de luta, que vai definir como a sociedade e o mercado de trabalho vão se desenvolver agora e nos próximos anos. Caso o nosso protesto do dia 11 fosse contra o governo do PT, os patrões certamente abonariam o dia e a mídia bajularia o movimento.

Mas nossa manifestação não foi contra o governo simplesmente; foi contra o capital, contra o empresariado que nos nega direitos, corrompe consciências, controla os grandes meios de comunicação e elege cada vez mais representantes neoliberais no Congresso. Por isso, os patrões nos ameaçam, seus pelegos desqualificam o protesto do dia 11 e a mídia burguesa minimiza nossa capacidade de mobilização.

Ainda assim, como sempre aconteceu, a classe trabalhadora, em especial os metalúrgicos, sempre souberam dar sua parcela de contribuição para que as lutas sociais resultem em conquistas. É assim que acontece em cada campanha salarial. Foi assim quando multidões saíram às ruas nos anos 80 para defender as eleições diretas para Presidente da República. Foi assim quando muitos trabalhadores perderam parte dos salários ou foram demitidos por brigar pela Constituição de 1988.

A burguesia, seus pelegos, seus fuxiqueiros e suas mídias neoliberais não irão enfraquecer a luta da classe trabalhadora. Eles sempre tentaram. Mas não será agora, que o Brasil está avançando, que vão conseguir.

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