Parece um menino mimado que se sente o dono da bola, mas as ações conservadoras do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), não são apenas demonstrações de excesso de ego ou de megalomania. Elas representam um verdadeiro perigo para a democracia e para os direitos sociais.
As manobras que Cunha faz para aprovar na marra, e a fórceps, os projetos que favorecem os grupos econômicos que o patrocinam desrespeitam a Constituição e são reflexos de um comportamento político ditatorial.
É possível acompanhar, pelo próprio site da Câmara Federal, os projetos que o parlamentar desengaveta para favorecer as empresas que financiam sua trajetória política, como o que amplia a terceirização e o que aprova financiamento de políticos por empresas.
Eduardo Cunha fabrica uma campanha permanente pelo desmonte dos direitos sociais e cumpre à risca o compromisso de ignorar os interesses do povo brasileiro. Em 1991, ele foi nomeado por Collor para a presidência da Telerj, mas deixou o cargo em 93 devido irregularidades em licitações.
Também por fraude em licitações ele foi demitido da Companhia Estadual de Habitação (Cehab). Em 2002, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) o acusou de operar sonegação fiscal no montante de R$ 850 milhões. Ainda há inquéritos no Supremo Tribunal Federal para apurar os desmandos de Cunha na Cehab.
Nas eleições de 2014 algumas das empresas que o financiaram são: Ambev, Telemont Engenharia de Telecomunicações, Líder Táxi Aéreo, Mineração Corumbaense, Coca-Cola, Shopping Iguatemi, Bradesco, Santander e Safra.
Um dos escândalos recente do presidente da Câmara está relacionado ao projeto de redução da maioridade penal. Ilegalmente, ele recolocou a matéria em votação até alcançar o resultado desejado, mesmo já tendo sido reprovado pelos deputados.
Cunha – um dos principais citados na Operação Lava Jato – é dos preconceituosos que, de cara lavada, tentou instituir o “o Dia do Orgulho Hétero”, mas sua loucura é de preocupar a gregos e troianos. Até o Sistema Único de Saúde (SUS), universal e gratuito, ele ameaçou. Engavetou CPI que investigaria planos de saúde e tentou articular a PEC 451/2014, que desobrigaria o Estado a investir no SUS.
A atuação parlamentar de Cunha é a de uma marionete dos grupos econômicos que o patrocinam – é lamentável e uma ameaça à sociedade. Por isso, uma das bandeiras do SMetal e da CUT é pelo fim do financiamento empresarial de campanha, pela reforma política verdadeira que o país tanto necessita!