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Editorial

Palavra da Diretoria – Acordo de boa fé

Para o acordo ser feito, ambas as partes, trabalhadores e empresa, têm que estar em um patamar equilibrado nas negociações

Imprensa SMetal

O acordo firmado este mês entre o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e a CNH/Case, com o intuito de preservar empregos, pode ser considerado um exemplo de como o diálogo maduro entre partes opostas tem potencial para solucionar problemas econômicos temporários.

Muito mais do que decisões empresariais egoístas e precipitadas, o acordo de preservação de empregos resolve a necessidade imediata da empresa e dos trabalhadores sem prejudicar a economia da região e do País.

A necessidade da Case, no caso, era reduzir o volume total de horas trabalhadas para adaptar a produção a uma expectativa de queda nos pedidos, possivelmente temporária. Ao optar pelo banco de horas, a empresa conseguiu o objetivo sem abrir mão de funcionários qualificados que, em um desejado futuro de alta na produção, teriam que ser recontratados, resultando na dupla despesa: demissão + readmissão.

No caso dos trabalhadores, a necessidade era de ter a segurança de permanecer no emprego e poder planejar a vida nos próximos meses. Ao mesmo tempo, pelo acordo, os funcionários já sabem quais os limites do banco de horas e sabem, inclusive, qual o valor básico que terão de participação nos resultados este ano. Além disso, receberam um reajuste residual nos salários por conta da campanha salarial da categoria de 2014.

Em relação à economia regional e nacional, o acordo na CNH/Case fez sua parte para não agravar o pessimismo que reina no mercado neste início de ano. Sem diálogo, possivelmente 150 trabalhadores da fábrica entrariam nas estatísticas de desemprego.

Os 150 que seriam dispensados, a maioria com familiares que dependem de seus rendimentos, resultariam em até 900 pessoas com poder aquisitivo prejudicado, reduzindo o patamar de consumo na economia e, na outra ponta, prejudicando a expectativa de produção de várias empresas.

Para a Case, o corte simples no quadro de funcionários, representaria um enfraquecimento diante do mercado. Daria sinais de que ela não planeja retomar um patamar mais alto de produção. Com o acordo sindical, o sinal que ela transmite para o mundo dos negócios é justamente o oposto: sua marca continua forte e ela prevê aumentar o ritmo de produção.

Evidente que acordos sindicais do gênero só são possíveis quando a empresa se comporta de maneira leal, transparente e honesta. O SMetal não negocia direitos trabalhistas e não faz acordo com quem usa a situação econômica de forma oportunista e gananciosa.

Para o acordo ser feito, ambas as partes, trabalhadores e empresa, têm que estar em um patamar equilibrado nas negociações. Ambos podem até abrir mão temporariamente de alguma garantia, mas ambos devem se beneficiar igualmente dos resultados futuros.

Claro que o cenário ideal para 2015 seria de crescimento constante dos indicadores econômicos e, principalmente, dos empregos e da massa salarial. Porém, havendo necessidade, o SMetal sempre negociou saídas para garantir postos de trabalho.

Mas, para isso, a empresa interessada tem que ser muito sincera em seus propósitos de beneficiar não somente a si própria, mas também aos seus trabalhadores e à sociedade que acolhe o seu empreendimento. Isso sim é responsabilidade social.

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