Sala de espera praticamente vazia; pacientes têm procurado outras UBSs para atendimento médico
Os moradores da zona norte de Sorocaba reclamam da ausência de médicos na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Maria Eugênia. Alguns pacientes atribuem a falta de atendimento com a epidemia de dengue na cidade.
Diabética, a dona de casa Alessandra Morais da Rosa, 42 anos, acredita que está sendo prejudicada por conta da dengue. “Faz seis meses que estou tentando uma consulta. Preciso de uma receita nova para conseguir a medicação. Já fui lá e liguei e eles falam que a prioridade é a dengue”, afirma.
Ela conta que sempre utilizou os serviços da UBS do Maria Eugênia, mas que foi encaminhada para a Policlínica. “Eu tive um compromisso no dia e não consegui ir na consulta e depois não consegui reagendar. Tentei passar de novo na UBS do Maria Eugênia e fui informada pela telefonista que a prioridade era dengue. E assim eu estou sem receita e não consigo pegar a medicação”, relata.
Com problema de pressão, a técnica em enfermagem, Adriana Patrícia, passou a utilizar o serviço da UBS do bairro Lopes de Oliveira. “A UBS do Maria Eugênia está sem médico há três meses. O atendimento está lento, acredito que por causa da dengue, mas na UBS do Lopes de Oliveira pelo menos há médicos. E nós temos que entender a gravidade da dengue e ter paciência”, reconhece. A dona de casa Sônia Aparecida dos Santos Silva também fala sobre o problema. “Não tem clínico geral aqui, parece que só tem pediatra. Eu tenho problema vascular e não consigo consulta”, relata.
O aposentado Aparecido Cardoso de Jesus está indignado com a situação. “Faz tempo que não tem médico aqui. Se a pessoa depender de atendimento aqui, vai morrer esperando”, desabafa.
A coordenação da Regional Oeste da Secretaria da Saúde de Sorocaba (SES) informa que a Unidade Básica de Saúde (UBS) Maria Eugênia possui 2 médicos ginecologistas, 2 pediatras e 1 clínico geral. A coordenação vai avaliar a demanda e a reclamação dos usuários para estudar a necessidade do aumento do quadro de funcionários da unidade.
Dengue é prioridade
As falhas de atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) aos doentes que não estão com dengue foram admitidas pelo secretário de Saúde, Francisco Antônio Fernandes, em coletiva na última quarta-feira. Segundo ele, só na Unidade Pré-Hospitalar Zona Leste, 70% dos atendimentos têm sido direcionados a pacientes com dengue e na UPH Zona Norte este índice é de 50%. “É claro que esse volume de casos de dengue atrapalha o atendimento do resto”.
De acordo com o secretário, a criação de um Centro de Monitoramento da Dengue aconteceu exatamente com o objetivo de desafogar as demais unidades de saúde, principalmente dos doentes com dengue já diagnosticados e que precisam só de acompanhamento.
Fernandes comentou que tem percorrido as unidades de saúde e que detectou que em algumas delas há um grande acúmulo de pacientes em determinados horários. Ele lembrou que as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da Vila Fiori e do Lopes de Oliveira estão funcionando também aos finais de semana o que, segundo o secretário, tem ajudado a desafogar a UPH Zona Norte.
