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Pacientes em observação aguardam em cadeiras na Santa Casa

Parte dos pacientes encaminhados para tratamento no Hospital da Santa Casa de Sorocaba não encontra leitos nem macas no local, tendo que ficar em observação em cadeiras de plástico nos corredores.

Jornal Cruzeiro do Sul
JOZY FRANÇA / DIVULGAÇÃO

Parte dos pacientes encaminhados para tratamento na unidade hospitalar não encontra leitos, nem macas no local

Parte dos pacientes encaminhados para tratamento no Pronto-Socorro do Hospital da Santa Casa de Sorocaba não encontra leitos nem macas no local, tendo que ficar em observação em cadeiras de plástico nos corredores. Papeis são afixados nas paredes, próximo deles, com os nomes e tipo de observação médica que se encontram. O grupo gestor da Santa Casa nega que haja falta de vagas para casos que necessitam de internações.

A professora Jozy França, 24 anos, relata que seu pai Benedito França, de 66 anos, foi um dos que permaneceu nessa situação após ser transferido da Unidade Pré-Hospitalar Zona Norte para o Pronto-Socorro, por conta da dengue. “Ele estava cuspindo sangue, com as plaquetas baixando e já tem uma saúde frágil, mas passou a noite em uma cadeira”, relata.

Ela registrou uma fotografia com o celular do pai e outros pacientes em observação sentados nas cadeiras e se indignou com a situação. “Não tinha leito, nem maca. Quando surgia uma maca as pessoas brigavam por ela”. Jozy se preocupou também com a liberação do pai após a estabilização do número de plaquetas, pois acredita que ele ainda precisaria de cuidados. “Fizeram um exame de sangue que nem pudemos ver. Se não aumentaram as plaquetas, acredito que ele está em risco ainda”.

A funcionária pública Vânia Nascimento, 52, comenta que percebe a mesma situação – de pacientes em observação nas cadeiras e macas no corredor – desde segunda-feira, quando seu irmão foi internado em um dos leitos com sepse. “Eles falam que se ele melhorar, vai esperar no corredor também”. Vânia diz que o irmão de 46 anos tem imunidade baixa e se preocupa com a possibilidade de ele ficar em observação em cadeiras ou macas em um lugar desprotegido e em contato próximo com outros doentes. O presidente da regional Sorocaba do Sindicato Único dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde (SinSaúde) de Sorocaba e Região, Milton Carlos Sanches, prometeu apurar a situação e colher mais informações sobre o caso na noite de ontem.

O grupo gestor da Santa Casa de Sorocaba respondeu, por meio do Serviço de Comunicação (Secom) da Prefeitura que o Hospital e Pronto-Socorro mantêm um número de internações próximo ao limite máximo de ocupação em alguns setores. “A ala de internação reservada aos pacientes com diagnóstico de dengue está funcionando normalmente e não tem faltado vagas para os casos que necessitem de internações”, diz a nota.

Sobre a previsão de chegada de novas macas, para que os pacientes não precisem esperar em cadeiras, a Santa Casa diz que não está em falta para o atendimento de casos de dengue. Afirma que, no Pronto-Socorro, os casos que necessitam de observação e hidratação, sem indicação para internação, são atendidos em poltronas reclináveis apropriadas ou em macas se necessário.

Sobre o caso de Bernardo França, o Grupo Gestor da Santa Casa relata que os casos só são liberados pela equipe médica assistente conforme a estabilização do quadro clínico, hematológico e conforme protocolo de tratamento de dengue.

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