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Oposição barra participação popular

Os mesmos jornalões que costumam aplicar tentativas de golpes contra governos que não atendem seus interesses publicaram, logo após as eleições, manchetes que revelam sua natureza antidemocrática

Imprensa SMetal

Os mesmos jornalões que costumam aplicar tentativas de golpes contra governos que não atendem seus interesses publicaram, logo após as eleições, manchetes que revelam sua natureza antidemocrática. A derrubada da Política Nacional de Participação Social (PNPS), pela Câmara dos Deputados, foi tratada pela velha mídia como a “primeira derrota de Dilma após a eleição”.

Por insensatez ou má-fé, essas publicações esconderam o fato de que a derrota, na verdade, foi da sociedade brasileira e da luta contra a corrupção. A rejeição do decreto 8.243, que institui a PNPS foi articulada pelos partidos derrotados na eleição presidencial, aqueles mesmos que pregavam a “mudança”, a “nova política”, mas que, agora, adotam os mesmos velhos métodos revanchistas para barrar avanços sociais.

A PNPS propõe a participação social na gestão pública, que segundo nota oficial da CUT, central que defende o projeto, teriam “importante efeito sobre os rumos e o uso do dinheiro público, já que os conselhos [populares] podem ter acesso a dados orçamentários”.

Os conselhos de participação popular seriam formados por representantes de diferentes segmentos sociais, com potencial para fiscalizar e coibir “casos de desvio de verbas ou má execução dos projetos”, explica nota da CUT.

O decreto, que a velha mídia e o PSDB classificam como derrota da presidenta da República, representa uma evolução inegável para a democracia participativa, que ultrapassa a duração dos mandatos presidenciais. A iniciativa transforma o diálogo com a sociedade civil em política de Estado, e não mais em uma prática deste ou daquele governo.

O acompanhamento social da execução de políticas públicas estaria garantido mesmo no caso do governante da ocasião não aprovar a democracia participativa, como parece ser o caso dos parlamentares que são contrários ao decreto.

“Mas se o decreto é uma resposta àquilo que as pessoas pediram em manifestações gigantescas em junho do ano passado, por que não há um sentimento de indignação contra a atuação da Câmara?”, questiona a CUT.

Para a central, um dos fatores que causa essa incoerência e essa apatia seletiva de uma parcela da população é justamente a figura que um “atravessador” que existe entre os eleitores e seus representantes. O atravessador é a “a velha mídia, que filtra a informação e constrói o senso comum a partir da distorção dos fatos”, avalia a CUT.
O cenário tende a piorar, caso não haja esclarecimentos à sociedade, pois o Congresso que vai tomar posse em 2015 é ainda mais reacionário e dissimulado do que o atual.

A CUT e os movimentos sociais prometem responder à altura. “Iremos às ruas para dialogar com a sociedade e demonstrar que radicalizar a democracia é o único caminho possível num tempo em que a intolerância e a truculência crescem naquela que é e sempre será a casa do povo”, conclui o comunicado da central.

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