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Novembro Azul

Ônibus do Homem percorre bairros da cidade

Unidade móvel estará hoje e amanhã em frente à sede do jornal Cruzeiro do Sul, no Alto da Boa Vista

Jornal Cruzeiro do Sul
Erick Pinheiro

Ontem, no primeiro dia de atendimento no estacionamento em frente ao Cruzeiro, dezenas de homens passaram por consultas e exames

O Ônibus do Homem, mantido pela Prefeitura de Sorocaba, está percorrendo vários bairros da cidade durante a campanha Novembro Azul, que incentiva homens com 45 anos ou mais a fazerem o exame de diagnóstico precoce do câncer de próstata. Hoje e amanhã, a unidade móvel ficará no estacionamento em frente à sede do jornal Cruzeiro do Sul, no Alto da Boa Vista. O atendimento é gratuito e será realizado no período das 9h às 12h e das 13h às 16h.

Para realizar a consulta e os exames não é preciso fazer um agendamento prévio, basta levar um documento de identidade com foto e o cartão do Sistema Único de Saúde (SUS). Ontem, no primeiro dia de atendimento do Ônibus do Homem no estacionamento em frente ao jornal, antes da unidade móvel chegar ao local já havia fila de pacientes aguardando pelos serviços.

O câncer de próstata é a segunda doença que mais mata os homens no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia. Esse tipo de câncer tem 90% de chance de cura se for detectado no estágio inicial, pois a doença demora para se manifestar. O médico urologista Ailton Peron, que atende na unidade móvel, destaca que o foco é a detecção precoce. “O objetivo é detectar a doença em fases que podem ser curadas. Por isso, é importante que os homens de 45 anos ou mais façam o exame preventivo”, frisa. Peron diz ainda que se houver casos da doença na família e se o homem for de etnia negra, o exame deve ser feito mais cedo, aos 40 anos.

Exames preventivos

Além dos exames urológicos, durante o atendimento também são realizados exames de rotina, como glicemia e colesterol. “São realizados nove exames durante a consulta. Após o atendimento na unidade, os pacientes são encaminhados para o tratamento clínico, nas Unidades Básicas de Saúde, para fazer os exames solicitados”, explica. Os pacientes voltam à unidade com os resultados dos exames para a finalização do diagnóstico. O aposentado Vanderlei Moura, de 64 anos, fez o exame pela primeira vez e diz que é importante cuidar da saúde. “O serviço oferecido pelo ônibus azul é muito bom. Ajuda as pessoas. Os homens também têm que se cuidar”, diz.

A unidade também recebeu pessoas da região, como o pintor de Votorantim, Elias Aparecido Machado, de 53 anos, que levou os resultados dos exames para o médico analisar. “Os exames são importantes. É preciso deixar o preconceito e a vergonha para evitar problemas futuros. O ônibus é uma invenção que facilita a vida das pessoas”, diz. Para o gerente de vendas Wellington Vilela, de 49 anos, a ideia da campanha é fantástica. “É uma forma de combater o preconceito. É importante cuidar da saúde. Eu deveria ter feito antes ainda, mas agora estou aqui”, afirma.

O aposentado Natanoel Nunes de Oliveira, de 75 anos, conta que essa é a terceira vez que faz o exame. “Existe muito preconceito em relação ao exame. Tenho um primo que está de cama com câncer de próstata porque não fez o exame antes.” Oliveira conta que ficou com vergonha quando fez o exame pela primeira vez. “Depois, a gente vê que é para o bem da nossa saúde, a coisa mais importante que temos. Se precisa fazer, tem que fazer. É melhor prevenir”, ressalta. O aposentado estava acompanhado pela filha Giselda Garcia de Oliveira, de 45 anos, que diz sempre estimular o pai a se cuidar e realizar os exames necessários. “Não se pode brincar com a saúde”, diz Giselda.

As consultas médicas mensais aumentaram desde a criação da unidade móvel, em 2010. Quando foi criada, a média era de 630 consultas. Já este ano, o número chegou a 877. Por dia, a unidade realiza cerca de 70 atendimentos. Mas, por conta do preconceito existente em fazer o exame preventivo, os números da doença ainda são muito altos. Conforme o Instituto Lado a Lado, que promove a campanha Novembro Azul, a estimativa para 2015 é de que 69 mil novos casos sejam diagnosticados no País.

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