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Banco de Alimentos

ONG de Piedade procura parceiros para aumentar doações

Banco de Alimentos de Piedade é uma extensão do Banco de Alimentos de Sorocaba, que já existe há sete anos e arrecada cerca de 45 toneladas de alimentos por mês

Imprensa SMetal

Em março, o Banco de Alimentos de Piedade, na região de Sorocaba, deve começar a distribuir alimentos gratuitamente para entidades assistenciais do município. Os alimentos in natura, como frutas, legumes e verduras serão doados à organização não governamental (ONG) por produtores rurais de Piedade. A ONG ficará encarregada de selecionar e higienizar os alimentos antes de entregá-los às instituições filantrópicas.

Embora já haja planos de início das atividades, o Banco de Alimentos precisa de novos investimentos para funcionar com todo seu potencial. A ONG precisa de balanças para pesar mercadorias de até 5 kg, uma balança para até 150 kg e pelo menos uma seladora de embalagens plásticas.

O “banco” também procura parceiros para custear a remuneração dos estagiários da Escola Técnica de Piedade que vão trabalhar na instituição. Para dar conta dos processos de triagem, seleção e embalagem dos alimentos, são necessários cinco estagiários ao custo mensal aproximado de R$ 700 (equivalente a 70% do salário mínimo + encargos sociais).

O Banco de Alimentos de Piedade é uma extensão do Banco de Alimentos de Sorocaba, que já existe há sete anos e arrecada cerca de 45 toneladas de alimentos por mês.

Entidades assistenciais
Em Sorocaba, cidade com 600 mil habitantes, o “banco” distribui as doações para 120 entidades assistenciais, que atendem mais de 20 mil pessoas carentes. Em Piedade, com pouco mais de 50 mil habitantes, oito instituições filantrópicas já se inscreveram para receber as doações.

“Nas próximas semanas vamos visitar essas instituições para conhecer o trabalho que desenvolvem junto aos carentes e oficializar o cadastro delas junto ao banco”, explica Neide Gutiyama, biomédica que vai coordenar a ONG em Piedade.

Neide é também diretora da Escola Técnica Agroindustrial de Piedade, ligada ao Centro Paula Souza, instituição que vai ceder a metodologia de higienização de alimentos e os estagiários que vão atuar no “banco”.

Parceiros
O prédio onde funciona a ONG em Piedade, no bairro Liberdade, foi cedido pela Prefeitura Municipal. A reforma do local, uma antiga escola, foi custeada com doações de empresas como a Ecil, Vimax, Metalplix e Cominatto Mármores e Granitos.

O empresário Paulo Cominatto também se dispôs a continuar colaborando com a instituição. O Sindicato dos Metalúrgicos, que já é um dos mantenedores do Banco de Alimentos de Sorocaba, também tem colaborado com a ONG em Piedade.

Mas para arcar com os custos fixos, como estagiários, água e luz e investir em melhorias, como um veículo para buscar as doações na lavoura, a entidade precisa de novos parceiros.

O Banco de Alimentos de Piedade fica no km 101 da Rodovia SP-250, bairro Liberdade, ao lado do clube Kai-kan. Telefone (15) 3417-4722 (Banco de Alimentos de Sorocaba) ou (15) 9851-1557 (Rodnei).

Município celeiro do Brasil

O Banco de Alimentos de Piedade tem todos os ingredientes para se tornar um exemplo não somente de atendimento aos carentes, mas também de combate ao desperdício. Piedade produz 35% de todos as verduras, legumes e frutas que circulam na Ceagesp do município de São Paulo, um dos maiores centros atacadistas de alimentos do mundo.

Um dos problemas ainda não superados no Brasil, no entanto, é o desperdício de alimentos que ocorre desde a colheita, passando pelo transporte e pela comercialização e até ao consumo.

O Banco de Alimentos pode ajudar a minimizar esse problema em Piedade, como já faz dentro da Ceagesp de Sorocaba. Pelo menos essa é a vontade da coordenadora do “banco” em Piedade, Neide Gutiyama, que também é diretora da entidade em Sorocaba.

Segundo dados de 2011, os produtores e comerciantes de Piedade movimentaram mais de 201 mil quilos de legumes na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo). A movimentação de verduras de Piedade no mesmo ano superaram 87 mil quilos e a de frutas, outros sete mil quilos.

Desperdício no campo
“Somos procurados com frequência por produtores rurais de Piedade, inclusive pelos pequenos agricultores, que desejam fazer doações em alimentos, mas acabam deixando toneladas do produto estragar no campo porque não têm contato com instituições capazes de processar e distribuir produtos in natura rapidamente”, explica Neide, que é também diretora da Escola Técnica Agroindustrial de Piedade.

Devido ao grau de exigência do consumidor hoje em dia, qualquer falha na aparência dos alimentos já inibe sua comercialização, como um pequeno amassado, uma mancha na casca ou a cor menos atraente. “Esses produtos, saudáveis, em perfeitas condições para o consumo, muitas vezes são jogados fora em grande quantidade por produtores e comerciantes. O Banco de Alimentos poderá higienizá- los e doá-los para quem precisa”, afirma Neide.

Para atingir esse objetivo, no entanto, o Banco de Alimentos está procurando novos parceiros para dividir os custos desse trabalho filantrópico e de formação para o exercício da cidadania.

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