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Comportamento

O que fazer nessa crise?

Diante esse caos implantado pelo governo golpista, além de mobilizações para tirar Pedro Parente da Petrobras e garantir eleições livres, tem gente prestando auxílio, de bicicleta

Imprensa SMetal
Ilustração

O que importa mais? A rentabilidade dos acionistas ou o bem-estar da população? Pode ser que você responda que a estabilidade econômica e o equilíbrio político e social do Brasil importa mais. Mas, o governo golpista de Michel Temer coloca o país de joelhos sob os interesses do mercado.

A greve continua após caminhoneiros autônomos rechaçarem o acordo costurado na quinta-feira (24), entre sindicatos patronais ligados a transportadoras e os Ministros do governo Michel Temer.

Completam-se nesta segunda-feira, dia 28, oito dias de greve com ruas vazias e escolas públicas sem aulas, em muitas cidades. Em Sorocaba, as filas em postos que recebem combustíveis é quilométrica e não é apenas de automóveis, mas também de pessoas disputando, com galões nas mãos, a gritos e tapas um pouco de combustível.

As cenas são fortes e inadequadas para qualquer criança. Até mesmo para a jovem democracia deste país que tem menos de 20 anos.

Nos supermercados pode-se conferir preços altíssimos em verduras e legumes. Fora os anúncios feitos via redes sociais (Facebook e whats app) de pessoas vendendo o litro de gasolina de R$ 5 a R$ 20.

A crise bateu para todo mundo. Enquanto algumas pessoas tentam se aproveitar da situação, em seus casulos egoístas, reforçando a Lei de Gerson (um princípio em que determinada pessoa ou empresa obtém vantagens de forma indiscriminada, sem se importar com questões éticas ou morais), há outras que alimentam a solidariedade.

Entre elas, está o fotógrafo Tiago Macambira que diante as consequências vividas atualmente do golpe de 2016, tem se colocado à disposição para levar medicamentos ou qualquer outro item essencial para quem necessitar, de bicicleta.

Aliás, a bicicleta tem sido a solução para o transporte para muitas pessoas. Como a feminista, ativista cultural e professora Flávia Biggs, que tem ido ao trabalho de bicicleta. Com a crise dos combustíveis, ela deixou o carro encostado. “Acredito q estamos num momento tenso e é preciso estar alerta. O individualismo estimulado pelo capitalismo não pode ter lugar em momentos assim. É preciso consciência”.

Qual a solução?

Para o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Silvio Ferreira, é preciso que Pedro Parente saia da Petrobras e que as eleições livres sejam garantidas no Brasil. “Esse caos em que vivemos hoje é resultado do golpe de Temer e aliados, que com MDB e PSDB, deixaram o país vulnerável ao capital financeiro”.

Para o professor de jornalismo da PUC/SP e experiência em coberturas internacionais, José Arbex Jr, afirma em sua videocoluna do Nocaute, que é preciso se atentar ao projeto por eleições indiretas, que passou pela Comissão do Senado e que pode ser aprovado pelo Congresso Nacional. Esse projeto faria com que o país tenha uma eleição de um governo biônico dentro do golpe e o adiamento das eleições para um futuro incerto.

Para Arbex, esse seria o recurso da direita diante da incompetência de Temer de gerir o país. Já que a direita não conseguiu formar uma coesão em torno de um candidato e também não conseguiram desmoralizar nem Lula nem os movimentos dos trabalhadores.

Na visão dos principais movimentos da sociedade organizada, é preciso mobilizar para garantir as eleições livres. Em nota, as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo denunciam a política de preços dos combustíveis adotada pelo governo federal nos últimos anos como a principal responsável para o aumento do custo de vida da população brasileira, em especial dos alimentos e transportes. A nota repudia, também, o uso do exército como solução para a crise. “Não é papel das forças armadas corrigir os erros de um governo sem legitimidade”, afirmam.

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