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Editorial

O avanço do golpe contra o trabalhador

Não foram poucas as vezes que fomos às ruas denunciar: É GOLPE. Agora, o governo golpista avança em propostas para pagar os setores empresariais que financiaram a derrubada da presidenta Dilma

Imprensa SMetal
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Não foram poucas as vezes que fomos às ruas denunciar: É GOLPE. Agora, o governo golpista avança em propostas para pagar os setores empresariais que financiaram a derrubada da presidenta Dilma. E quem paga o pato? O trabalhador, é claro. Primeiro, os golpistas atacaram os investimentos públicos, especialmente na saúde e na educação, congelando a aplicação de verbas por 20 anos.

Nessa leva, o salário mínimo também pode ficar sem aumento real, caso o governo não cumpra o teto dos gastos. Algo bastante provável, visto a maneira como Temer veem usando o nosso dinheiro (basta lembrar a compra de mais de R$ 1,5 milhão apenas para abastecer o avião presidencial). O salário mínimo, aliás, já sofreu com o golpe. Pela primeira vez, desde 2003, ele não teve reajuste acima da inflação. Na sequência, foi a vez de avançar contra a Previdência, estabelecendo aposentadoria apenas aos 65 anos de idade e com 25 de contribuição. Como se não fosse pouco, o trabalhador terá de ter 49 anos de contribuição para ter direito a aposentadoria integral.

Para se ter uma ideia, a medida atinge mais de 90% dos trabalhadores da base do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal). Agora, mais um atentado aos direitos dos trabalhadores. A Reforma Trabalhista dos golpistas quer que negociações entre patrões e empregados tenham mais força do que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

A medida é perigosa ao passo que tende a esvaziar os direitos historicamente conquistados pelos trabalhadores. Isso porque a regra que estabelece a prevalência do negociado sobre o legislado estipula a eleição de um representante nas empresas apenas nas companhias com mais de 200 funcionários. Porém, dos 48 milhões de brasileiros com carteira assinada, 55,2% trabalham em empresas com até 199 empregados, segundo o
Relatório Anual de Informações Sociais (Rais) de 2015.

Dados da Rais também apontam que 99,3% das 3,9 milhões de empresas do País têm até 199 contratados. Em resumo, as reformas apresentadas são exemplos de retrocessos que aprofundam as desigualdades sociais e precarizam o trabalho. Tais medidas avançam a passos largos num Congresso a serviço do mercado. Por isso, não podemos contar com nossos supostos representantes políticos para barrar tais retrocessos. Mais do que nunca, é momento de união da classe trabalhadora num só objetivo: não aceitar nenhum direito a menos. Contamos com todos nessa luta para defendermos direitos tão duramente conquistados.

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