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Editorial

Nenhum direito se conquista sozinho

Confira o editorial desta semana, no qual é abordado a questão das conquistas de construções coletivas e o avanço do conservadorismo, que ameaça direitos trabalhistas, sociais e retrocede a sociedade

Imprensa SMetal
Arte: Lucas Delgado

As grandes conquistas derivam de construções coletivas. Não se muda um cenário seja ele político, econômico ou social sozinho. Como nas Diretas Já, que foi um movimento popular pela redemocratização do país, após a ditadura civil-militar (1964-1985).

Há outros exemplos históricos que demonstram o quanto o poder popular pode contribuir para avançar nas lutas. Em Sorocaba, na década de 40, haviam fábricas de tecelagem com 12h diárias, com gestantes, crianças trabalhando em péssimas condições. Com o apoio da sociedade organizada e com greves, os direitos começaram a ser conquistados.

A greve é um importante instrumento do trabalhador para a conquista de direitos. Quando não se tem abertura para uma negociação, quando simplesmente o setor patronal se nega a conceder um ambiente de trabalho, uma jornada e um salário dignos, a classe trabalhadora deve fazer o contraponto.

Há sempre demandas e interesses de grupos que ditam as alternativas e os desafios. É preciso fortalecer a união dos assalariados e se conscientizar do horizonte de entraves para que se possa elaborar um plano de ação e caminhar para o enfrentamento.

Diante as medidas de Temer (PMDB) – como as revisões de benefícios do INSS com a finalidade de cortes, prejudicando trabalhadores lesionados e acidentados – e as ameaças de uma reforma trabalhista e uma reforma previdenciária, que visam aumentar os lucros dos empresários e explorar ainda mais a mão de obra do trabalhador, o que resta ao povo fazer?

As entidades de classe, como os sindicatos, são representantes dessas lutas emblemáticas e históricas que surgem em diferentes épocas. Nós, dos Metalúrgicos de Sorocaba, não compactuamos com o avanço do conservadorismo e com a marcha-ré dos direitos.

Mais de 60 anos de trajetória e de lutas com mobilizações da categoria para tornar possível um projeto coletivo de vida digna, dentro e fora das fábricas. O mundo do trabalho precisa ser digno, tanto quanto nossas vidas social e familiar.

Por isso, participamos de inúmeras manifestações pela democracia. Por isso, somos contra o golpe que colocou Temer (PMDB) e sua equipe aliada à Fiesp e outros grupos elitistas no poder.

E pela nossa categoria continuaremos nos mobilizando para impedir que seu salário congele, que sua jornada seja extenuante, que sua aposentadoria se perca e que você não tenha direito ao uso de um sistema básico de saúde. Nossa luta é coletiva e precisamos seguir unidos!

A greve é um direito e um ato de consciência de classe! Dia 29, deixaremos claro que a população deve ser respeitada e que não somos marionetes.

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