A presidenta do Sindicato de Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Noronha, a Bebel, afirmou hoje (25) que a Secretaria Estadual de Educação não apresentou propostas às pautas de reivindicações da categoria e a greve será mantida. O sindicato e o secretário da pasta, Herman Jacobus Voorwald, reuniram-se nesta manhã, atendendo a uma solicitação da entidade, para discutir a pauta e buscar caminhos para pôr fim à greve dos docentes, iniciada na última segunda-feira (22). Os professores vão realizar nova assembleia amanhã (26), às 14h, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na avenida Paulista.
Para Bebel, a posição de Voorwald é uma “lástima” e provocará a ampliação do movimento grevista. “Não houve resposta para nenhum ponto da pauta. Ele utilizou da mesmice de sempre. Em nenhuma reunião nossa ele apresenta propostas. É lastimável que tenhamos de lidar com um secretário tão ruim de negociação como este. Ele escolhe a dedo, só discute com que ele quer. Como não gosta da Apeoesp, ele nos trata desse jeito”, protesta. “Como resultado disso, o secretário e o governador Alckmin vão ter de aguentar o endurecimento da greve.”
A presidenta afirma que o movimento vem crescendo e já chegou a 33% da categoria no levantamento realizado ontem (24), proporção que deve aumentar com a assembleia de amanhã.
A secretaria, no entanto, divulgou nota na noite de ontem informando que os dados das escolas nos períodos da manhã e da tarde apontam que o registro de faltas teve aumento de apenas 2,3% do total de docentes, em relação à média diária de ausências, que é de aproximadamente 5%. A nota destaca que o andamento das aulas e o calendário escolar permanecem inalterados. Sobre a reunião de hoje, a pasta ainda não se manifestou.
Na mesma nota a secretaria afirma que a Apeoesp se pauta por uma “agenda político-partidária e ignora o amplo diálogo que a atual gestão tem estabelecido não apenas com os profissionais da rede estadual de ensino, mas também com os sindicatos da categoria. Somente neste ano, o secretário Herman Voorwald e o secretário-adjunto João Cardoso Palma Filho se reuniram com líderes sindicais nove vezes, sendo três delas por meio da Comissão Paritária”, conclui.
As principais reivindicações da categoria são a reposição das perdas salariais acumuladas desde fevereiro de 1998 (36,74%); reajuste imediato de 13,5%, sendo 6% já assegurados pela lei, mais 2% acrescidos pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) – que somam os 8% propostos por ele -, além de 5% referentes à parcela do reajuste de 10% que não teria sido paga em 2012; implementação da jornada do piso com pelo menos 33% do tempo dedicado à preparação de aulas e formação.
Além disso os professores cobram a extensão dos direitos e condições de trabalho do professor da categoria “F” para o da categoria “O”, que são profissionais contratados temporariamente e que não podem utilizar os serviços do Hospital do Servidor Público, por exemplo. Eles querem também o fim da transferência forçada de professores das escolas de tempo integral e a implementação de políticas para prevenir e combater a violência nas escolas.