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Meio Ambiente

Nascente é sufocada por erosão, lixo, obras e especulação imobiliária

Venda da área - que ganhou placa nesta semana - é a mais nova ameaça para a nascente do córrego do Laranjeiras

Jesus Vicente/Imprensa SMetal
Foguinho/Imprensa SMetal
Placa de imobiliária oferece a área, que mede 2,7 mil metros quadrados e está avaliada em R$ 1,3 milhão

Placa de imobiliária oferece a área, que mede 2,7 mil metros quadrados e está avaliada em R$ 1,3 milhão

O córrego do Laranjeiras, que corta o bairro do mesmo nome, na zona norte de Sorocaba, está prestes a desaparecer do mapa.

Sua principal nascente, a poucos metros da avenida Itavuvu, um dos corredores comerciais mais valorizados do momento no município, vive um ataque sem precedentes.

Grande parte dos olhos d’água que formavam a nascente já foi soterrada pela duplicação da avenida Itavuvu, pela construção da AT (Área de Transferência) da Urbes e pela Casa do Cidadão, todos erguidos junto a um conjunto de vertentes.

O restante dos olhos d’água que sobraram continua ameaçado pelas obras do Shopping Cidade, que também é erguido às margens da cabeceira do córrego.

Além das obras, o riacho sofre também com a erosão, que soterra as vertentes e abre valetas de até três metros de profundidade.

O lixo, como pneus, restos de construções, embalagens plásticas e de vidro também contribuem para o aniquilimanento do córrego.

Vende-se
Como proteção, os olhos d’água ainda contam com uma restinga de mata onde se vê embaúbas, paineiras, pés de ingás e outras árvores de pequeno porte, restos da mata ciliar que há 30 anos predominava ao longo das duas margens do córrego, um afluente do Rio Sorocaba.

Mas a restinga também pode desaparecer em breve, pois uma imobiliária já afixou uma placa de “vende” junto à barranca do córrego, bem próxima a um conjunto de vertentes.

Por telefone, uma corretora da imobiliária disse que a área a venda mede 2,7 mil metros quadrados e custa R$ 1,3 milhão, o que significa aproximadamente R$ 500 por metro quadrado.

Perguntas e Respostas
A reportagem entrou em contato, por telefone, com o promotor de Justiça do Meio Ambiente Jorge Alberto de Oliveira Marun, para que ele se pronunciasse sobre a degradação da nascente a partir das imagens [fotos e vídeos] que foram coletadas nesta quinta-feira, dia 15.

O promotor disse, porém, que não podia dar parecer pelas imagens e pediu para que acionasse a Polícia Ambiental.

Na Polícia Ambiental a informação era de que somente o capitão Marcos falaria com a imprensa, mas ele já havia deixado o expediente quando foi procurado.

A reportagem enviou, também na tarde desta quinta-feira, um questionário com cinco perguntas para a Secretaria do Meio Ambiente de Sorocaba.

As respostas da secretaria serão publicadas assim que forem respondidas.

Nesta sexta, 16, a reportagem volta a procurar a Polícia Ambiental para que ela se manifeste.

Prefeito na França
Enquanto a nascente do Laranjeiras padece, o prefeito Vitor Lippi (PSDB) e a secretária do meio ambiente de Sorocaba, Jussara Carvalho, estão na França participando de um evento mundial sobre água e meio ambiente.

Terreno está próximo à Área de Transferência (terminal), construída sobre nascentes

Pneus velhos, restos de construções e embalagens são comuns no leito do córrego

Água limpa se mistura com água barrenta tingida pelas obras do Shopping Cidade

Obra do shopping vista da barranca do córrego, próxima a sua nascente

Erosão abre valas de até 3 metros de profundidade e soterra vertentes

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