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Palavra do presidente

Não dá pra dizer que não nos importamos com política

Em artigo publicado na Folha Metalúrgica nº 1042, o presidente do SMetal, Leandro Soares, fala sobre o impacto da política na vida dos trabalhadores, que devem escolher candidatos que defendem seus direitos

Leandro Soares, presidente do SMetal - publicado na Folha Metalúrgica n° 1042
Mattheus da Silva/Imprensa SMetal

Leandro Soares é funcionário da ZF do Brasil (Planta 2) e presidente do SMetal.

A quem interessa que os trabalhadores não queiram participar da política? Essa é uma pergunta que eu, enquanto trabalhador, sempre me faço. Nesses anos dentro do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) pude observar vários movimentos de incentivo dessa entidade para que a categoria estivesse a par da política.

Hoje em dia, tem um papo circulando por aí que os assuntos de política são chatos e que não devemos nos envolver com eles. Em alguma medida é complicado compreender tudo que se passa por dentro dos poderes que existem no Brasil, mas aí é que está: são as decisões tomadas nessas esferas que impactam diretamente em nossas vidas.

O pensamento de afastar o trabalhador da política é uma estratégia muito bem pensada para que nós não possamos opinar – com pensamento crítico – sobre os rumos das nossas cidades e, em grande escala, do nosso país. E muito menos reivindicar melhorias na vida e no trabalho.

Por isso, quando você ouve nossos dirigentes na porta das fábricas falando sobre política e orientando, você está participando, também, de uma ação formativa. Para além de nos inteirarmos desses assuntos, é fundamental que possamos defender pautas e causas que estejam alinhadas com nossas realidades.

Um empresário que tem como virtude e premissa maximizar seus lucros, jamais irá votar em candidatos que representem interesses dos trabalhadores para ocupar os cargos de prefeito, vereador, deputado, senador ou presidente. Por que nós, trabalhadores, deveríamos votar em figuras que não nos defendem?

Por isso, no dia 06 de outubro, na hora de apertar aquele botão verde na urna eletrônica – que inclusive é uma tecnologia de software ultra segura e à prova de fraudes – que tenhamos em mente o que de fato está em jogo. Neste ano, em específico, iremos escolher nossos prefeitos e vereadores.

Uma cidade que depende economicamente dos esforços dos trabalhadores precisa ser conduzida por quem entende os trabalhadores. Carolina Maria de Jesus, escritora e poetisa periférica, escreveu em seu livro-diário “Quarto de despejo” que: “o Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que já passou fome. A fome também é professora. Quem passa fome aprende a pensar no próximo, e nas crianças”.

Na fala da Carolina, entendemos que precisamos nos enxergar naqueles que ocupam as cadeiras importantes da política regional e nacional. Engravatados que nunca bateram um ponto na vida jamais poderão governar para os trabalhadores. Precisamos ver a nossa gente nas cadeiras importantes e, para isso, cada voto conta.

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