Busca
Busca
Editorial

Não caia em armadilhas, trabalhador!

Editorial da Folha Metalúrgica analisa ataques que já acontecem após a reforma trabalhista ser aprovada no Senado e sancionada por Temer. Para o SMetal, é o capital financeiro que está no comando

Imprensa SMetal
Ilustração: Glauco Góes
O trabalhador conseguirá sozinho garantir o pagamento de seus direitos, reajuste salarial, PPR, licenças, auxílio doença?

O trabalhador conseguirá sozinho garantir o pagamento de seus direitos, reajuste salarial, PPR, licenças, auxílio doença?

“A partir de hoje os trabalhadores terão mais liberdade para negociarem melhor suas condições de empregabilidade”. Esse é o grande discurso dos apoiadores da reforma trabalhista, sancionada por Temer (PMDB) no dia 13.

A alteração nos mais de cem artigos da Consolidação das Leis Trabalhistas passa a valer a partir de novembro, quando completam os 120 dias pós-sanção presidencial.

Mas tem muitas empresas que estão se adiantando para obter maiores lucros o quanto antes e promovendo armadilhas. Uma delas é o Tribunal de Arbitragem e Mediação (TAMC) que anuncia que as homologações de funcionário demitido podem ser feitas fora do Sindicato e/ou do Ministério do Trabalho, mesmo sem ter entrado em vigor o texto da reforma e, ainda, que os valores das rescisões poderão ser parcelados, inclusive a multa dos 40% do FGTS e o FGTS em atraso.

Bradesco e Caixa Econômica Federal já anunciaram Programas de Demissão Voluntária (PDV´s). Pelas novas regras, quem participa de PDV pode ser contratado logo em seguida como terceirizado, em condições de trabalho mais precárias.

Já circulam informações nos bastidores das indústrias de demissão em massa como forma de pressionar e explorar mais ainda o trabalhador, que precisa do salário para o sustento da família.

Bancos de currículos estão sendo feitos como forma também de assediar o trabalhador, para que ele não reclame de horas extras exageradas, de aumento no ritmo de trabalho, de acúmulo de funções, etc.

Pertencemos todos à classe trabalhadora e sabemos bem onde aperta o calo. Sim, a relação de capital-trabalho já foi alterada e é preciso retomar os direitos, assim como retomar a democracia do país.

Suas condições de trabalho estão extremamente ligadas com o quadro político nacional. Vivemos sob uma ditadura disfarçada, mas que não engana nenhum órgão internacional. O caráter desse governo golpista de Temer (PMDB) é antipopular, antidemocrático e antinacional.

É o capital financeiro que está no comando e o empresariado está aplaudindo as ‘reformas’ e ações truculentas contra a classe trabalhadora. Limparam o terreno para implantarem o programa neoliberal, que significa isso: lute você sozinho contra o Capital.

O trabalhador conseguirá sozinho garantir o pagamento de seus direitos, reajuste salarial, PPR, licenças, auxílio doença?

Não seja porta-voz dos setores mais conservadores da sociedade. Se você é assalariado, precisa lutar contra a retirada dos seus direitos e pelas Diretas Já, contra esse governo que se assentou no trono e está desmontando nossa nação brasileira.

A Frente Brasil Popular, do qual a CUT e o SMetal fazem parte, farão mobilizações contra esses ataques neoliberais. Vamos juntos lutar por dignidade!

tags
Editorial folha metalúrgica opinião reforma trabalhista
VEJA
TAMBÉM