Os petroleiros brasileiros estão em greve há 19 dias. A luta da categoria é para que a ANSA (Araucária Nitrogenados), empresa da Petrobras, cumpra a Cláusula 26 do Acordo Coletivo de Trabalho, onde afirma que não promoverá despedida coletiva sem prévia discussão com o sindicato.
Além disso, os petroleiros em greve exigem o respeito aos fóruns de negociação previstos no Acordo Coletivo e a suspensão de medidas autoritárias, impostas pela gestão da Petrobrás à revelia do que foi negociado com as representações sindicais, como é o caso da nova tabela de turno de revezamento, implantada pela empresa nas áreas industriais.
Nesta terça-feira, 18, os manifestantes realizaram nova mobilização, no Centro do Rio de Janeiro. Na “Marcha Nacional em Defesa do Emprego, da Petrobrás e do Brasil”, cerca de 15 mil pessoas se uniram aos petroleiros que estão em vigília em frente ao Edifício Sede da Petrobrás, na Av. República do Chile, onde marcharam pela Av. Rio Branco até aos Arcos da Lapa (ponto turístico da cidade), onde ocorreu um grande ato unificado.
A ação teve como objetivo denunciar a demissão em massa dos trabalhadores da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná e o desrespeito ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que prevê a consulta aos sindicatos responsáveis em caso de desligamentos massivos como o que a direção da Petrobrás, “A greve não é em apoio aos petroleiros da FAFEN-PR. Se o Acordo Coletivo de Trabalho for desrespeito agora, vai ser desrespeitado em todas as outras unidades da Petrobrás. Então defender a FAFEN é defender a Petrobrás, e defender a Petrobrás é defender o Brasil”, explicou Simão Zanardi (diretor da Federação Única dos Petroleiros).
O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região apoia a luta dos petroleiros. “Num momento como esse, que o governo vem de forma arbitrária tirando direitos e causando o desemprego, a mobilização dos petroleiros é um exemplo a ser seguido. Com união e luta vamos mostrar que não iremos abaixar a cabeça e nem aceitar retrocessos. Todo apoio aos nossos companheiros”, declara Leandro Soares, presidente do SMetal.
Demissões suspensas temporariamente
Logo após o início da Marcha, os manifestantes foram informados que em Audiência de Dissídio Coletivo, o Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRTPR) decidiu suspender as demissões dos trabalhadores da Fafen-PR por 15 dias. Neste período, a Petrobrás se comprometeu a abrir diálogo com os sindicatos.