A desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho continua. Somente entre as trabalhadoras e trabalhadores representados pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) – produção e administrativo -, as mulheres ganham 28,60% a menos que os homens.
Quando consideramos a média salarial das metalúrgicas com ensino superior completo, a diferença aumenta para 32,90%. Conforme dados da Rais/Caged, copilados pelo economista da subseção Dieese dos Metalúrgicos de Sorocaba, Fernando Lima, a categoria hoje conta 36.737 trabalhadores, sendo 29.588 homens (80,54%) e 7.149 mulheres (19,46%), espalhadas em diversos setores.
As dez atividades mais ocupadas por mulheres são: operadora de linha de montagem de aparelhos eletrônicos (1511); alimentadora de linha de produção (1075); operadora de máquinas (436); assistente administrativo (397); auxiliar de escritório (343); inspetora de qualidade (219); almoxarife (204); analista de recursos humanos (148); administradora (133) e contadora (130).
Segundo o presidente do SMetal, Leandro Soares, a equiparação salarial e a manutenção e ampliação dos direitos das trabalhadoras metalúrgicas são pautas do Sindicato.
“Apesar ser uma categoria majoritariamente composta por homens, em nossas negociações buscamos sempre observar as particularidades das mulheres e defendê-las de qualquer tipo de desigualdade ou assédio no local de trabalho. Mas, para isso, é importante que elas não se calem e denunciem qualquer tipo de opressão”, afirma o presidente.
BRASIL: Em outros setores, mulheres também têm menores salários
Mesmo estudando mais, as mulheres brasileiras, maioria da população do país (51,7%), lideram as taxas de desemprego e ganham menos.
No quarto trimestre de 2019, o rendimento mensal médio das mulheres foi 22% menor do que o dos homens em todo o Brasil. Entre as mulheres que têm ensino superior, a diferença foi ainda maior, -38% do que os homens.
Segundo o estudo “A inserção das mulheres no mercado de trabalho”, realizado pelo Dieese, as taxas de desemprego que vêm sendo registradas no Brasil desde 2016 também atingem mais as mulheres (13,1%) do que os homens (10,2%).
O estudo Dieese constatou ainda que a falta de creche é um grande problema para as mães que precisam trabalhar. Das mulheres com filhos em creches, 67% tinham trabalho remunerado; já entre as que não conseguiram matricular os filhos, somente 41% estavam trabalhando.
Reportagem com a íntegra do estudo está disponível no Portal SMetal.