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Mulher, a luta não para!

Uma data para celebrar? Sim, apesar de tudo que temos visto mundo afora. Infelizmente, a realidade de boa parte das mulheres não coincide com o que gostaríamos de celebrar neste 8 de março

Iara Bernardi (Deputada Federal PT)

Uma data para celebrar? Sim, apesar de tudo que temos visto mundo afora. Infelizmente, a realidade de boa parte das mulheres não coincide com o que gostaríamos de celebrar neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, no entanto, convém lembrarmos das conquistas que já foram alcançadas a duras batalhas. Ainda assim, acredito que a palavra que melhor se encaixe no contexto atual seja “reflexão”, termo que nos dá um alicerce mais firme para a singularidade do tema.

Digo isso, com base em estudos divulgados recentemente, que mostram o constante aumento no número de casos de estupros, mutilações genitais, agressões físicas e psicológicas em mulheres de todo mundo. Não é apenas o índice que nos espanta, mas, sobretudo, a fragilidade dos governos em lidar com a problemática. Mesmo com a escancarada exposição da mídia de casos como os mencionados acima, nada parece convencer a sociedade moderna de que, em pleno século XXI, não tenhamos assumido, de fato, a posição que nos cabe nesse sistema falho.

A verdade é que, parte desses acontecimentos, é fruto das velhas questões religiosas e patriarcais, grandes entraves na conquista por liberdade. Premissa que, infelizmente, vem sendo perseguida a passos curtos!

Enquanto parlamentar tenho buscado, constantemente, fomentar as discussões que garantam os direitos das mulheres em sua totalidade. Desde o início de minha vida política, consegui aprovação de cinco projetos de lei que colocam a mulher na linha de frente da sua própria história.

O mais recente, de número 12.845/ 2013, visa atendimento imediato, multidisciplinar e gratuito às vítimas de violência sexual, num hospital público ou credenciado ao Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, minha luta, agora, é para que tais crimes sequer sejam cometidos.

Para isso, no final de 2013 apresentei no plenário da Câmara a proposta de número 7025/13, que prevê proteção às mulheres vítimas de ameaça. Em minha justificativa, considerei que a falta de providências urgentes frente às ameaças resulta em muitas vítimas de homicídio por todo país. Homicídios, esses, que poderiam ser evitados se houvessem punições sérias aos autores da intimidação.

A discussão que parece ser ampla, e que de fato é, precisa chegar aonde nossos gritos não chegam. É hora de colocarmos as armaduras e combater o que o mundo parece não enxergar, mas que nós não apenas enxergarmos, como sentimos. A luta não vai para, ainda que muitos insistam em querer calar as nossas vozes. É preciso deixar claro que nosso embate apenas começou.

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