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Movimentos sociais denunciam Cunha e os 84 deputados que mudaram seus votos

O entendimento é que o presidente da Câmara não agiu sozinho ao acabar com o sonho da reforma política reivindicada pelo povo brasileiro

Carta Maior - Najla Passos

Movimentos denunciam a forma antidemocrática com que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, conduziu o processo de votação da reforma política

Enquanto 61 deputados do PT, PCdoB, PSOL, PSB, PPS, PROS recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar anular a votação da Câmara que constitucionalizou as doações de empresas para campanhas políticas no país, as entidades que integram a chamada Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político decidiram denunciar os responsáveis pela manobra que piorou ainda mais o já corrupto sistema político brasileiro.

No documento, os movimentos denunciam a forma antidemocrática com que o presidente da casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) conduziu o processo de votação para chegar ao resultado que ele almejava. E citam os nomes dos 84 deputados de 23 partidos que, literalmente da noite para o dia, mudaram seus votos iniciais para acompanharem os desígnios do presidente. A maior parte deles integra o PRB (18), seguido pelo PMDB do próprio Cunha (11).

“O presidente da Câmara perdeu a votação num dia e recolocou a questão em votação no dia seguinte, ganhando a posição que sempre defendeu: incluir na Constituição Federal a autorização de doações de empresas para as campanhas. Mas ele não agiu sozinho, teve a colaboração dos partidos e parlamentares que, em menos de 24 horas, mudaram seu voto. Por que mudaram? Fizeram jogo de cena na primeira votação? Que “milagre” os levou a aceitar o golpe de Eduardo Cunha e no sentido contrário do dia anterior? Isso é inaceitável. Os parlamentares que mudaram seus votos não merecem os mandatos que receberam do povo”, diz o documento.

Na nota, as entidades reafirmam sua disposição de lutar por uma reforma política democrática, que proíba o financiamento privado de campanha. “Não vamos aceitar passivamente uma reforma que piore o sistema político existente, tornando constitucional um mecanismo que é a porta de entrada para a corrupção na política. Conclamamos a sociedade então a manifestar seu repúdio a este processo e a seguir mobilizada para revertê-lo nas próximas etapas de sua tramitação no Congresso Nacional”, afirmam.

A Plataforma atua há 10 anos para aprimorar a democracia e o sistema eleitoral brasileiro. Reúne movimentos sociais e instituições como o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e foi a responsável pela idealização e pela coleta das milhares de assinaturas que permitiram a apresentação do Projeto de lei Popular da Ficha Limpa, já aprovado e sancionado.

Confira a lista de parlamentares que mudaram seus votos e compactuaram com a constitucionalização do financiamento privado de campanha:
PRB ( 18 )

Alan Rick (AC)
André Abdon (AP)
Antonio Bulhões (SP)
Carlos Gomes (RS)
Celso Russomano (SP)
Cleber Verde (MA)
Fausto Pinato (SP)
Jhonatan de Jesus (RR)
Jony Marcos (SE)
Marcelo Squassoni (SP)
Marcio Marinho (BA)
Roberto Alves (SP)
Roberto Sales (RJ)
Ronaldo Martins (CE)
Rosangela Gomes (RJ)
Sérgio Reis (SP)
Tia Eron (BA)
Vinicius Carvalho (SP)

PMDB ( 11 )

Baleia Rossi (SP)
Daniel Vilela (GO)
Edinho Bez (SC)
João Arruda (PR)
Lelo Coimbra (ES)
Marinha Raupp (RO)
Rodrigo Pacheco (SC)
Ronaldo Benedet (SC)
Roney Nemer (DF)
Vitor Valim (CE)
Washington Reis (RJ)

PP ( 8 )

Conceição Sampaio (AM)
Luiz Fernando Faria (MG)
Missionário José Olimpio (SP)
Oldemo Leão (MG)
Paulo Maluf (SP)
Roberto Balestra (GO)
Roberto Britto (BA)
Sandes Junior (GO)

PSC ( 6 )

Edmar Arruda (PR)
Julia Marinho (PA)
Marcos Reategui (AP)
Pr. Marco Feliciano (SP)
Professor Victório Galli (MT)
Raquel Muniz (MG)

DEM ( 6 )

Eli Côrrea Filho (SP)
Jorge Tadeu Mudalen (SP)
Mandetta (MS)
Misael Varella (MG)
Moroni Torgan (CE)
Professora Dorinha Seabra Rezende (TOC)

PR ( 5 )

Altineu Côrtes (RJ)
Cabo Sabino (CE)
Jorginho Mello (SC)
Lincoln Portela (MG)
Paulo Freire (SP)

PV ( 4 )

Dr. Sinval Malheiros (SP)
Penna (SP)
Sarney Filho (MA)
Victor Menders (MA)
PSD ( 3 )

Átila Lins (AM)
Paulo Magalhães (BA)
Sérgio Brito (BA)

PSB ( 3 )

João Fernando Coutinho (PE)
Tereza Cristina (MS)
Valadares Filho (SE)

PROS ( 3 )

Domingos Neto (CE)
Leônidas Cristino (CE)
Rafael Motta (RN)

PSDB ( 2 )

Daniel Coelho (PE)
Mara Gabrilli (SP)

PTdoB ( 2 )

Luis Tibé (MG)
Pastor Franklin (MG)

Solidariedade ( 2 )

Augusto Carvalho (DF)
Elizeu Dionizio (MS)

PMN ( 2 )

Antonio Jácome (RN)
Hiran Gonçalves (RR)

PDT ( 1 )

Roberto Góes (AP)

PHS ( 1 )

Diego Garcia (PR)

PRP ( 1 )

Marcelo Álvaro Antonio (MG)

PRTB ( 1 )

Cícero Almeida (AL)

PSDC ( 1 )

Aluisio Mendes (MA)

PSL ( 1 )

Macedo (CE)

PTB ( 1 )

Wilson Filho (PB)

PTC ( 1 )

Uldurico Junior (BA)

PTN ( 1 )

Bacelar (BA)

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eduardo cunho financiamento de campanha financiamento empresarial financiamento público movimentos sociais reforma politica
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