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Motores da Economia

Essa modalidade de empresário é, acima de tudo, burra e arcaica. Ele se considera esperto, mas investe contra o próprio patrimônio

Ademilson Terto da Silva (Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região)

Os números divulgados pela Anfavea esta semana, sobre um aumento fantástico na produção de veículos projetado para este ano, desmentem categoricamente os profetas do caos, grupo formado por alguns empresários e órgãos de imprensa que teimam em anunciar o fundo do poço como destino final do Brasil.

Como se pode constatar em reportagem publicada nesta edição da Folha Metalúrgica (pág. 4), a própria associação nacional que representa os fabricantes de veículos reconhece que os incentivos do governo federal para o setor foram muito bem-sucedidos. A produção este ano deverá saltar, em poucos meses, de 8,5% negativos para 2% positivos, superando as vendas de 2011.

Os próprios metalúrgicos, nas fábricas, sabem que a cadeia produtiva do setor automotivo está em ritmo de desenvolvimento. Claro que há problemas pontuais, causados mais por ganância, falhas de gestão e vícios antiquados do empresariado brasileiro, do que por qualquer sintoma de crise econômica.

Alguns empresários aproveitam as especulações e manchetes negativas para efetuar dispensas imotivadas. Eles aumentam a rotatividade do quadro de funcionários para, logo em seguida, contratar novos trabalhadores com salários mais baixos.

Essa modalidade de empresário é, acima de tudo, burra e arcaica. Ele se considera esperto, mas investe contra o próprio patrimônio. O ex-presidente Lula ensinou ao mercado brasileiro que a distribuição de renda e o aumento do poder de compra do trabalhador são os melhores remédios ameaças de crise.

A presidenta Dilma Rousseff tem aprimorado esse conceito socioeconômico. A lógica é simples, mas eficiente e socialmente justa. Com mais brasileiros recebendo salários dignos, com as riquezas do país distribuídas para um número maior de pessoas, o mercado ganha mais consumidores, as vendas aumentam, a produção acelera, o setor de serviços também cresce, o Brasil se desenvolve.

O brasileiro de maneira geral já assimilou essa lógica e tende a não acreditar em previsões catastróficas de patrões, de economistas antipetistas ou da mídia saudosista e golpista. Uma mídia que sente falta dos períodos dos ex-presidentes Collor e FHC, quando os salários eram achatados, a renda era concentrada na mão de poucos privilegiados, a classe média quase nem existia (ou se era muito rico ou muito pobre) e as manchetes negativas para o trabalhador eram fartas.

Ao ignorar os profetas do caos, continuar exigindo melhorias salariais e ir às compras, os trabalhadores/consumidores se consolidam como os motores dessa nova economia.

Fica claro, portanto, que o empresário que tentar negar avanços aos metalúrgicos nesta campanha salarial pertence àquele grupo nocivo ao presente e ao futuro do Brasil.

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