Morreu neste domingo, dia 3, a terceira vítima da explosão de um alto forno ocorrida na Gerdau de Ouro Branco, Minas Gerais, no dia 15 de agosto. Sandro Barbosa Gomes estava internado em estado grave desde o acidente de trabalho. Ele era funcionário da empresa Oil Trade e prestava serviços para a Gerdau. Sandro tinha 38 anos, era casado e tinha uma filha.
Outros dois trabalhadores, um funcionário da Gerdau e um terceirizado, morreram na hora da explosão do dia 15 de agosto. Dez ficaram feridos. Entre eles, Sandro Barbosa.
As primeiras vítimas fatais foram Fernando Alves Peixoto, de 40 anos, e Cristiano Rodrigo Marcelino, de 35.
De acordo com o portal de notícias mineiro Em.com.br, o acidente aconteceu quando um grupo trabalhava na manutenção da Coqueria 2 da usina, um forno em que se produz o coque, derivado de carvão mineral essencial à fabricação do aço.
A Polícia Civil de Minas investiga as causas e responsabilidades da explosão.
Em novembro de 2016, outra explosão na mesma unidade, mas na torre de gás, já havia matado três operários. Todos terceirizados.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Ouro Branco, Congonhas, Jeceaba e Base, a fábrica acumula 8 mortes por acidentes nos últimos 12 meses.
Repercussão local
O presidente do SMetal Sorocaba, Leandro Soares, lamenta a morte do trabalhador mineiro. Ele também reafirma o que declarou no dia da explosão na Gerdau: “O Brasil infelizmente é um recordista de acidentes, doenças e mortes no trabalho. Os defensores da reforma trabalhista tiveram pressa em tirar direitos dos trabalhadores, mas não tiveram compromisso nenhum para propor dispositivos que tirassem a classe trabalhadora dessa triste estatística”.
No dia 24 de agosto os metalúrgicos da Gerdau de Araçariguama, região de Sorocaba, realizaram, em frente à fábrica local, um ato de solidariedade aos trabalhadores da planta da empresa em Ouro Branco (MG).
Aumento na produção
A página da Gerdau na internet afirma que a unidade de Minas Gerais tem capacidade para produzir cerca de dois milhões de toneladas de aço por ano e planeja aumentar para três milhões.
E meados de agosto a Gerdau anunciou que, pela primeira vez na história da empresa, o Grupo deixará de ser presidido por algum herdeiro da família Gerdau. A troca de comando será efetivada no final deste ano e Gustavo Werneck, executivo de carreira que atualmente é diretor de operações da Gerdau no Brasil, assumirá o cargo que hoje é ocupado por André Gerdau Johannpeter.