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Moradores do Júlio de Mesquita protestam contra áreas abandonadas pela Prefeitura

Moradores do bairro Júlio de Mesquita, em Sorocaba, reuniram-se na manhã deste sábado, dia 7, para protestar contra o abandono de duas áreas do município, que trazem riscos à saúde pública

Imprensa SMetal
Lucas Delgado/Imprensa SMetal

Mais de 20 moradores se reuniram neste sábado para exigir providências da Prefeitura a respeito de terrenos abandonados no Sorocaba 1

Moradores do bairro Júlio de Mesquita Filho, conhecido como Sorocaba 1, zona oeste da cidade, reuniram-se na manhã deste sábado, dia 7, na Rua Professor Aloísio Vieira, para protestar contra o abandono de dois terrenos públicos que existem no local. Os munícipes reclamam da proliferação de ratos, animais peçonhentos e do risco de criadouros do mosquito da dengue. Eles reivindicam da Prefeitura a construção de creche e uma academia ao ar livre nessas áreas.

Um dos terrenos já foi um ecoponto para despejo de materiais recicláveis, mas, segundo participantes do protesto, a cooperativa designada pela Prefeitura não consegue cuidar corretamente do local. “Deixam acumular resíduos que estão transformando o local em um lixão”, nas palavras de Marcos Felisberto da Silva, que tem 50 anos e reside no bairro há 24.

Em outro terreno, vizinho ao ecoponto, até 2002 funcionava um salão comunitário, mas hoje está sem uso, sujo, com mato alto, poças de água parada e representa perigo para a saúde da comunidade, “especialmente crianças, que brincam nas imediações”, ressalta Marcos, que é casado e tem dois filhos.

Moradores relatam a existência de ratos, aranhas, escorpiões e até pequenas cobras que saem dos terrenos. “E não são ratos pequenos, não. Tem ratão que de longe parece um gato”, brinca o morador.

De acordo com Marcos, um dos líderes da comunidade, os terrenos, juntos, são ideais para a construção de uma praça com academia ao ar livre. “Faz mais de quatro anos que pedimos providências da prefeitura e até agora nada foi feito. O vereador Izídio já encaminhou vários pedidos nossos. Mas os últimos prefeitos nos ignoram, engavetam as reivindicações encaminhadas por nós e por nossos representantes na Câmara”, critica.

“É muito desrespeito e falta de consideração da administração municipal para com um bairro populoso como o nosso”, lamenta.

Vereadores presentes
A manifestação popular deste sábado teve a participação de mais de vinte moradores e contou com o apoio dos vereadores Gervino Gonçalves, o Cláudio do Sorocaba 1 (PR), e Izídio de Brito (PT), respectivamente presidente da Câmara e presidente da comissão de saúde do legislativo.

Parte dos terrenos, originalmente áreas públicas, hoje precisam de regularização por parte da prefeitura. Há trechos cercados como área particular, mas que precisam de apuração sobre a legitimidade. Outro trecho, os moradores afirmam que foi cedido por um prefeito, no início dos anos 2.000, à Igreja Quadrangular, que teria abandonado o local deixando uma obra inacabada.

De acordo com Marcos, são mais de dois mil metros de área que deveriam servir à comunidade, mas que hoje são vistos como terrenos baldios pela população.

Izídio se prontificou a combinar com o presidente da Câmara uma ação conjunta para que a Prefeitura regularize a área e a faça servir à população. “O terrenos têm espaço suficiente não somente para uma academia ao ar livre, mas também para uma creche, que seria muito bem utilizada pelos trabalhadores e trabalhadoras do bairro”.

Concentração de metalúrgicos
Ciente de que falava com a imprensa SMetal, Marcos destacou a concentração de moradores do bairro que são metalúrgicos. “Eu mesmo sou metalúrgico desde 1984, trabalho na Apex Tool e acho importante o Sindicato dar apoio pra gente também nos problemas comunitários do bairro, além de liderar as reivindicações nas fábricas”.

“Vejo o Sindicato fazer isso desde as épocas do Bolinha, Gáspari, Izídio [ex-presidentes do SMetal] e agora com o Terto [atual presidente]”, afirma o morador.

O vereador Izídio, metalúrgico e ex-presidente do SMetal, ressaltou a importância do Sindicato acompanhar as mobilizações de moradores na cidade. “Essa é a marca de um Sindicato Cidadão, preocupado em lutar por melhorias para a categoria e a classe trabalhadora não somente nas fábricas, mas também nos bairros, na cidade, na sociedade em geral”, elogia.

“Essa postura só fortalece a própria categoria que o Sindicato representa e estimula a união da sociedade pelo bem comum”, conclui o parlamentar.

Próximos passos
Izídio afirma que a primeira providência que vai tomar, juntamente com Cláudio do Sorocaba 1, é procurar a Secretaria de Negócios Jurídicos da Prefeitura para saber a quem pertence cada trecho das áreas em estado de abandono.

“Segundo os moradores, em algum momento, parece que a prefeitura cedeu um dos terrenos à Igreja do Evangélico Quadrangular, que deixou o local há anos, mas não se sabe se o devolveu legalmente para o poder público. Precisamos esclarecer isso com urgência, mas dependemos de informações claras e objetivas por parte do Executivo”, explica Izídio

Na terça-feira à tarde, os vereadores têm uma reunião com o prefeito Antônio Carlos Pannunzio (PSDB) para tratar de assuntos relacionados à saúde na cidade e o vereador Izídio pretende tratar da questão dos terrenos baldios. “A questão dos terrenos abandonados e com acúmulo de lixo, como é o caso da área no Julio de Mesquita, dizem respeito à saúde pública também”.

“Vou pedir apoio dos demais parlamentares para pedir esclarecimentos e a criação de políticas públicas nesse sentido ao prefeito, cuja administração tem dado continuidade a uma prática de pouco caso nesses assuntos de saúde, regularização de terrenos; de creches e de lazer comunitários na grande maioria dos bairros”, critica Izídio.

Abandono em vários bairros
Para o vereador petista, o caso de abandono de áreas públicas é um problema que afeta todos os bairros da cidade, por falta de uma política municipal consistente que trate da coleta do lixo comum e dos materiais recicláveis na cidade.

“A coleta e a destinação de resíduos é um serviço sempre pendente em Sorocaba nas últimas administrações. Temos contratos mal feitos há anos, licitações suspensas, aterros e transportes de lixo caros, serviços sempre precários nos bairros e improvisos constantes nesse setor, que é vital para a saúde pública e para a imagem de Sorocaba como um município responsável do ponto de vista ambiental”, resume Izídio.

Moradores do Júlio de Mesquita protestam contra áreas abandonadas pela Prefeitura

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