O salário mínimo deve passar por aumento ainda este ano. É o que afirmou, em entrevista à TV Brasil, Luiz Marinho, atual ministro do Trabalho e Emprego. O último reajuste do piso nacional passou a valer no dia 1º de janeiro e, atualmente, o salário é de R$1302,00.
Na entrevista, Marinho falou sobre espaço fiscal e a possibilidade deste aumento. “Nós estamos discutindo a busca de espaço fiscal para mudar o valor do salário mínimo ainda este ano. Se houver espaço fiscal, nós haveremos de anunciar uma mudança para 1º de maio”, afirmou o ministro em entrevista ao programa Brasil em Pauta, que foi ao ar no domingo (12), na TV Brasil.
Essa fala, acena em direção a Política de Valorização do Salário Mínimo – uma das prioridades da pasta. Se trata de uma série de ações que priorizam o crescimento real do salário da população brasileira. Historicamente esta política aparece como uma tendência nos governos petistas. Durante os mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, entre 2002 e 2016, o salário mínimo teve aumento real (acima da inflação) de 76%.
“Nós conseguimos mostrar que era possível controlar a inflação, gerar empregos e crescer a renda, crescer a massa salarial dos trabalhadores do Brasil inteiro, impulsionado pela Política de Valorização do Salário Mínimo, que consistia em, além da inflação, garantir o crescimento real da economia para dar sustentabilidade, para dar previsibilidade, para dar credibilidade acima de tudo para todos os agentes. É importante que os agentes econômicos, o empresariado, os prefeitos, os governadores, saibam qual é a previsibilidade da base salarial do Brasil, e o salário mínimo é a grande base salarial do Brasil”, explicou Marinho na entrevista.
“O preço dos bens de consumo e dos serviços têm crescido ano após ano. O que não estávamos vendo era o salário subir na mesma proporção. No último governo, encabeçado por Jair Bolsonaro (PL), o povo brasileiro teve um total de 0% de aumento real em seu salário. É muito positiva a fala de Luiz Marinho, pois representa um senso de prioridade para toda a classe trabalhadora”, comenta Leandro Soares, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal).
Sorocaba
Em Sorocaba, o apontamento de Leandro é reforçado, por exemplo, pelo valor da cesta básica sorocabana. De acordo com um levantamento realizado mensalmente pelo Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade de Sorocaba (Uniso), a cesta começou o ano com alta de 0,73% em comparação a dezembro de 2022, passando de R$ 1049,34 para R$ 1057,04 no mês de janeiro.
Isso mostra que, ao todo, a porcentagem de 81,19% de um salário mínimo é desembolsada na hora de comprar 34 itens que fazem parte da cesta básica. O estudo leva em consideração para a análise produtos alimentícios, de higiene pessoal e do lar.
“Ainda durante a campanha, Lula elegeu o combate à fome e à pobreza como a principal bandeira. A falta de políticas públicas do governo anterior resultou em constantes aumentos no preço da cesta básica, que corroeram o poder de compra dos mais pobres. Esperamos que a valorização salarial de fato ocorra, aliada a contenção dos preços e do custo de vida. Isso para que o trabalhador tenha poder de compra não somente para o básico, como estamos vendo”, conclui Leandro.