Ao apontar perda de 14 mil postos de trabalho este ano no setor siderúrgico, o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM) da CUT, Paulo Cayres, defendeu o aumento da alíquota de importação do aço, possibilidade admitida pelo governo. “É preciso proteger a indústria do aço e os empregos no Brasil. Mas queremos discutir outras ações e que os trabalhadores sejam parte dos fóruns de deliberação de propostas”, afirmou.
Dirigentes da CNM-CUT participaram na terça-feira, dia 17, no Rio de Janeiro, de reunião com o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, além de representantes da Gerdau e da ArcelorMittal. Além de entregar documento com as propostas da entidade, Cayres disse que outros 8 mil empregos estão ameaçados no setor, e lembrou que outros países adotam medidas de proteção. “O Brasil tem de fazer o mesmo, como forma de estimular a indústria e agregar valor à produção nacional.”
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, admitiu hoje essa possibilidade, depois de participar de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. “Vamos ver o que é compatível, olhando a competitividade do Brasil”, afirmou ao jornal Valor Econômico, lembrando que se trata de uma questão global: “Estamos estudando medidas que eventualmente sejam compatíveis com o investimento e que não onerem inadequadamente outros setores”.
Segundo analistas, o momento para o setor siderúrgico é de queda nas vendas e excesso de oferta, em todo o mundo. De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, o governo negocia um aumento nas alíquotas de alguns produtos, que poderiam passar de 8% a 14% para 15% a 20%.
De acordo com o Instituto Aço Brasil, a produção de aço bruto soma 28,235 milhões de toneladas no ano, até outubro, queda de 1,3% em relação a igual período de 2014. A de laminados atinge 19,276 milhões, retração de 8,8%. As vendas de produtos siderúrgicos acumulam 15,7 milhões de toneladas, redução de 15,2%.