Teve início nesta segunda-feira, dia 6, a primeira etapa do Curso Internacional de Formação de Formadores para brasileiros e alemães. A atividade, que se estende até sexta-feira, dia 10, acontece na sede da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), em São Bernardo do Campo. Dividido em três etapas, o curso tem o objetivo de fortalecer e sistematizar os programas de formação dos sindicatos do Brasil, além de trocar experiências e aprendizado com o IG Metall (Sindicato Metalúrgico Alemão).
O curso faz parte do projeto “Ação Frente às Multinacionais na América Latina”, que fortalece a política de redes sindicais para combater o trabalho precário, e tem o apoio do Instituto Observatório Social, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do centro de formação DGB Bildungswerk (DGB BW), ligado à central sindical alemã DGB, Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e do ABC e da CNM/CUT. Participam da atividade dirigentes e assessores de formação dos sindicatos.
Na abertura do encontro, as lideranças do projeto falaram sobre a importância da atividade para o processo formativo do grupo, além da contribuição para o enfretamento da retirada de direitos do governo golpista.
Para Michelle Silva Marques, secretária de Formação da CNM/CUT, o projeto é inovador porque aprofunda o tema da formação no Brasil e na Alemanha. “Pela primeira vez que reunimos dirigentes e formadores dos dois países para trocar experiências e conhecer melhor o que os dois países promovem no âmbito da formação sindical”, disse.
“É fundamental que essa troca de conteúdo seja levada ao chão da fábrica. A partir daqui podemos fortalecer a luta dos trabalhadores nos dois países”, completou José Roberto Nogueira da Silva, o Bigodinho, secretário de Formação do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Em sua intervenção, Silvio Ferreira, secretário de Juventude da CNM/CUT, destacou a história de luta dos sindicatos envolvidos. “São sindicatos que, além de lutar pelos trabalhadores, foram protagonistas na transformação social, política e econômica de seus países. Este curso é apenas o começo de uma revolução que a formação é capaz de construir na atual conjuntura”, afirmou.
“No Brasil, sabemos que este momento é de luta e resistência, já que nossa democracia foi atacada covardemente. O projeto se é necessário para reciclar o que já tínhamos de acúmulo e utilizar para o enfrentamento contra este governo golpista”, rematou Ariovaldo de Camargo,
Secretário adjunto de Relações Internacionais da CUT,
Já Maicon Vasconcelos, coordenador do Coletivo Nacional de Relações Internacionais da CNM/CUT, destacou a solidariedade internacional entre os dois países para preparar os trabalhadores na intervenção do processo de globalização. “A principal ferramenta da classe trabalhadora para combater ao capitalismo selvagem é a união. A solidariedade precisa fazer parte deste processo de enfretamento. Juntos somos mais fortes.”
“Da mesma forma que globalizam o trabalho, o movimento sindical também precisa se internacionalizar. Não podemos nos dividir porque isso dá poder ao capital. Temos que unir fronteiras para lutar pelos direitos de toda a classe trabalhadora”, concluiu diretor para a América Latina da DGB (principal Central Sindical Alemã), Niklaas Hofmann.