Os metalúrgicos da Schaeffler, em Sorocaba, rejeitaram, em assembleias na manhã e na tarde desta sexta-feira, dia 17, uma proposta de acordo referente à campanha salarial, que continua emperrada para as autopeças no âmbito estadual porque o sindicato patronal do setor, o Sindipeças, se recusa a assinar a convenção coletiva da categoria.
A proposta de acordo rejeitada na Schaeffler garantia a cláusula de salvaguarda contra a reforma trabalhista, que é uma das principais reivindicações este ano do Sindicato dos Metalúrgicos (SMetal) e da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM). Mas a empresa de capital alemão não aceitou valorizar a cesta básica dos trabalhadores e transformá-la em vale-compras (cartão de compras).
“Nas negociações, conseguimos convencer a Schaeffler a incluir a salvaguarda na proposta e aumentar o valor estimado da cesta básica em quase 70%. Mas ela ainda insiste em fornecer uma cesta física, de produtos; e não aceita transformar esse benefício em cartão de compras”, explica Valdeci Henrique da Silva, o Verdinho.
“Os trabalhadores e trabalhadoras, que já estão com várias demandas internas represadas, não aceitam o acordo sem essa melhoria. O Sindicato, por sua vez, pretende retomar o diálogo com a empresa para convencê-la a conceder esse avanço “, comunica o dirigente.
Como a empresa cedeu na questão da cláusula de salvaguarda e demais direitos previstos na convenção coletiva, os trabalhadores da Schaeffler decidiram não entrar em greve pro enquanto.
Acordo ou greve
Na Prysmian, fabricante de cabos também instalada em Sorocaba, os metalúrgicos entraram em greve na manhã de hoje, 17, porque a empresa se recusa a incluir a salvaguarda contra a reforma em um eventual acordo.
A paralisação na Prysmian foi confirmada pelo segundo turno, em assembleia no início da tarde.
O sindicato patronal que representa a Prysmian, o Sindicel, assim como o Sindipeças, recusa-se a firmar a convenção coletiva estadual com a cláusula de salvaguarda.
O Sindicel faz parte do Grupo 8-1 na Fiesp. O Sindipeças é líder do Grupo 3.
Em Sorocaba e região, considerando convenções coletivas e acordos coletivos por fábrica, mais de 75% dos 35 mil metalúrgicos conquistaram, no mínimo, a reposição da inflação (1,73%), a renovação das cláusulas sociais já existentes e a inclusão da cláusula de salvaguarda, entre outros avanços.