A Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT) realizou na última quarta-feira (26), em Extrema (MG), o primeiro encontro regional que discute o segmento eletroeletrônico dentro da categoria metalúrgica. A atividade foi realizada em parceria com a Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT-MG (FEM/CUT-MG). Os diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de Extrema, Itapeva e Camanducaia. Metalúrgicos e metalúrgicas de Pouso Alegre, Belo Horizonte, Sorocaba, Contagem e região também estiveram presentes na atividade.
O intuito do encontro foi estabelecer diálogo entre os companheiros e companheiras que trabalham no segmento eletroeletrônico, elencar demandas locais, socializar ações realizadas pela CNM/CUT dentro do segmento e definir uma pauta nacional específica que considere as demandas do chão de fábrica.
O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) e secretário de saúde do trabalhador da Central Única dos Trabalhadores (CUT-SP), Valdeci Henrique da Silva (Verdinho), explica que o objetivo do encontro é compartilhar experiências e buscar formas de melhorar o local de trabalho neste segmento.
“Contamos com a participação de todos no próximo encontro, que acontece no SMetal na próxima quinta-feira, 4, com o intuito de fazer com que o movimento sindical siga transformando a sociedade”, convida o dirigente.
Além de Verdinho, Nazaré Inocência também participou da atividade. Ela é trabalhadora e coordenadora do Comitê Sindical de Empresa (CSE) da Flextronics, que faz parte do segmento.
Sobre o encontro
A secretária de Políticas Sociais da CNM/CUT, Kelly Galhardo, que é uma das coordenadoras setoriais do segmento de eletroeletrônico dentro da Confederação, conta que os participantes entraram em contato com uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) para compreender o cenário em que atuam.
A sindicalista disse ainda que os participantes apontaram as dificuldades que existem no dia a dia no chão de fábrica e construíram uma pauta estadual e nacional voltada para o eletroeletrônico.
“Foi um encontro muito proveitoso e participativo e que indicou também caminhos para nos organizarmos para o segundo encontro, que será realizado em São Paulo. Nossa intenção é percorrer toda a base da Confederação para avançarmos nas negociações e com isso poder transformar a vida do trabalhador, corrigindo a desigualdade salarial entre homens e mulheres, diminuindo o afastamento por funções repetitivas que adoecem os companheiros e companheiras. Essa é a nossa luta por direitos e trabalho digno”, concluiu Kelly.
Entendimento melhor do segmento
A presidenta do Sindicato dos Metalúrgicos de Extrema, Itapeva e Camanducaia, Alexandra Amaral, destacou que o encontro permitiu que os sindicalistas pudessem identificar com mais precisão quais fábricas de suas bases pertencem ao segmento eletroeletrônico. Para ela, é importante ter um cuidado ao tratar do setor por ser também um grande empregador de mulheres no chão de fábrica.
“Falando especificamente da minha base, Extrema e Camanducaia, eu achava que havia no máximo três empresas do segmento eletroeletrônico na nossa região. Só que conhecendo as informações passadas pelo DIEESE no encontro, pude descobrir que temos 12 empresas que se enquadrar no segmento. Ter esse entendimento foi o ponto alto do encontro, de saber o que é e o que não é eletroeletrônico, além de também saber a dimensão e a importância que o setor tem no país”, disse Alexandra.
A dirigente revelou que as informações passadas no encontro serão usadas para fazer um levantamento detalhado do segmento eletroeletrônico dentro da base, o que permitirá ao Sindicato ir mais preparado para negociações futuras e na construção de ações sindicais junto aos trabalhadores nas fábricas.
“É importante que os sindicatos participem desses encontros para ter a real dimensão do eletroeletrônico em suas bases. Com isso, é possível debater ações que podem, por exemplo, serem levadas ao governo federal para fazer políticas voltadas ao setor. Mas primeiro a gente tem que escutar a base, pois quando a gente chegar lá no governo, esse diálogo no chão da fábrica já terá sido feito e estaremos mais fortes para conversar e negociar”, salientou a presidente do Sindicato de Extrema.
*Com informações da CNM-CUT