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Campanha Salarial

Metalúrgicos da Condex podem entrar em greve por aumento real

Em assembleia realizada pelo SMetal nesta sexta-feira, 29, trabalhadores consideraram inaceitável o reajuste salarial apenas de 4,06%, referente ao INPC do período

Gabriela Guedes/Imprensa SMetal
Gabriela Guedes/Imprensa SMetal

A categoria decidiu que a empresa terá uma semana para responder às demandas apresentadas na pauta deste ano.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) realizou junto aos trabalhadores da Condex, nesta sexta-feira, 29, assembleia para discutir a Campanha Salarial 2023. A categoria decidiu que a empresa terá uma semana para responder às demandas apresentadas na pauta deste ano e, caso não respondam, os trabalhadores podem entrar em greve.

O vice-presidente do SMetal e secretário de saúde da da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT SP), Valdeci Henrique da Silva (Verdinho), afirma que os trabalhadores, inclusive terceirizados, merecem mais. 

“A proposta de acordo que a empresa fez é inaceitável para nós e sabemos que quando o trabalhador se mobiliza as coisas acontecem. Na próxima semana o sindicato, a pedido dos trabalhadores, vai protocolar o comunicado de greve”. 

Um metalúrgico que participou da assembleia avalia que este ano está sendo muito produtivo para a empresa e, por isso, ela deveria garantir um aumento justo. 

“O sindicato é nosso braço direito, é ele que nos auxilia, sempre procurando melhorar. A briga está sendo grande, mas acreditamos em uma grande vitória”. 

Após o fim da data base, melhorias em benefícios como vale compras e combustível também serão negociados pelo sindicato a pedido dos trabalhadores.

O Sindicel, grupo patronal responsável pelas negociações da Condex junto ao SMetal, propôs renovar a Convenção Coletiva de Trabalho, que vale até agosto de 2024, para 2025, reajustando o salário apenas em 4,06%, que é a porcentagem das perdas salariais referentes ao Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC). 

Em junho deste ano, os trabalhadores da Condex entraram em greve por um Programa de Participação de Resultados justo, que foi reajustado em 66% comparado a 2022. 

Segurança do trabalho

Verdinho, que é também secretário de saúde da CUT-SP, reforçou a importância dos trabalhadores denunciarem casos de descumprimento das regras de segurança do trabalho.

Campanha Salarial 2023

Na próxima terça-feira, 3, os 13 sindicatos filiados à Federação Estadual dos Metalúrgicos de São Paulo (FEM/CUT-SP) irão se reunir para avaliar o retorno dos grupos patronais sobre as propostas levantadas na pauta deste ano. 

O tema das negociações deste ano será “A Luta Continua Pela Reconstrução dos Direitos, dos Salários e da Democracia” e os eixos aprovados são: reposição da inflação; aumento real; valorização dos pisos salariais; valorização das Convenções Coletivas de Trabalho; redução de jornada sem redução de salário e redução dos juros.

Em julho, foram protocoladas as pautas nas bancadas patronais. Nos grupos Sicetel, Siescomet, Siniem, Sindratar, Sifesp, Sindifupi, Grupo 10 (Fiesp e Aeroespacial), Grupo 8.3 (Simefre, Sinafer e Siamfesp) e G2 (Sindimaq E Sinaees), a pauta é cheia. Isso significa que serão discutidas as questões econômicas e sociais da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

Nos demais grupos – Sindicel e Grupo 3 (Sindipeças, Sinpa e Sindiforja) – a pauta é parcial, pois as CCTs possuem vigência até agosto de 2024. Por isso, em 2023, estão sendo negociadas somente as cláusulas econômicas, como reajuste no piso, no teto e nos salários.

A FEM-CUT/SP negocia a Campanha Salarial para cerca de 190 mil trabalhadores no Estado de São Paulo. Ao todo, a categoria tem cerca de 211 mil metalúrgicos, contando os trabalhadores das montadoras.

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