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Metalúrgicos aprovam propostas da Campanha Salarial; veja como ficou

FEM/CUT e SMetal garantiram reajuste integral ou superior a inflação com pagamento único e a renovação das Convenções Coletivas de Trabalho; Sindicato ainda vai pautar empresas por mais melhorias

Imprensa SMetal

As propostas da Campanha Salarial 2021, negociadas pela Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM/CUT) e pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), foram aprovadas na assembleia híbrida (eletrônica e presencial) realizada entre os dias 29 de setembro e 1° de outubro.

Na maioria dos grupos, as negociações da FEM/CUT, com apoio do SMetal e mobilização da categoria, garantiram reajuste integral ou superior à inflação de 10,42%, pago em uma única parcela (retroativo a 1º de setembro), e ainda a renovação das Convenções Coletivas de Trabalho (confira abaixo). As propostas beneficiam mais de 33,1 mil metalúrgicos, o que representa 82,27% da categoria de 40.350 trabalhadores.

Para o presidente do SMetal, Leandro Soares, o resultado é bastante satisfatório. “Para se ter uma ideia, um estudo do Dieese mostra que 48,5% das negociações realizadas em 2021 não conseguiram repor as perdas que o trabalhador teve com a inflação. Por isso, temos que valorizar a nossa força e mobilização pelo que alcançamos”.

Silvio Ferreira, secretário-geral do Sindicato, enfatiza que a luta por valorização continua. “A Campanha Salarial é apenas um dos momentos da busca por melhores salários, benefícios e direitos. Nosso trabalho, nesse sentido, é diário e contínuo”.

Ele completa que essa luta não acaba com a assembleia. “Nas empresas onde tivermos margens, vamos protocolar a reivindicação por melhorias, seja nos salários ou nos benefícios. Esse é nosso compromisso com a categoria: trabalhar para garantir o melhor sempre”.

Resultado expressivo

A assembleia eletrônica, que ficou disponível entre a quarta-feira, 29, e a sexta-feira, 1º, contou, ao todo, com a participação de 3.402 trabalhadores. Três propostas estavam disponíveis para avaliação dos metalúrgicos.

A proposta que garante reajuste de 10,50% nos salários mais renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) até 2023 recebeu 2.815 (82,75%) dos votos favoráveis. Outros 446 (13,11%) trabalhadores foram contrários e 141 (4,14%) optaram pela abstenção.

Na segunda proposta, que tem o reajuste salarial em 10,42% e também a renovação CCT, o resultado foi o seguinte: 2.508 (73,72%) votos favoráveis, 549 (16,14%) contrários e 345 (10,14%) abstenções.

Já a última proposta indicava o encaminhamento de greve para as bancadas patronais que querem parcelar o reajuste salarial ou retirar direitos CCT. 2.454 (72,13%) foram favoráveis a encaminhar aviso de greve para os empresários, 504 (14,81%) votaram contra e 444 (13,05%) se abstiveram.

Na assembleia presencial, que aconteceu na noite desta sexta-feira, 1°, na sede do Sindicato, a aprovação das três propostas foi unânime.

Negociações difíceis

Foguinho/Imprensa SMetal

O presidente do SMetal, Leandro Soares, destaca que as negociações deste ano foram bastante difíceis. “O patrão nunca quer negociar em parâmetros que sejam benéficos para os trabalhadores. Esse ano, eles tentaram empurrar um reajuste abaixo da inflação e, ainda por cima, parcelado. Evidente que a FEM/CUT e o SMetal não aceitaram e, aliados da mobilização da categoria, tivemos forças para colocar na mesa uma proposta que minimizasse as perdas da inflação no último ano”.

Segundo o secretário de finanças da FEM/CUT e dirigente do SMetal, Adilson Faustino (Carpinha), a união da categoria deu um recado claro para os empresários. “Nossa categoria perdeu muito o poder de compra em um ano, culpa de um governo desastroso e de uma pandemia que ainda não acabou. As bancadas patronais tentaram usar isso para retirar direitos e chegar num reajuste que não supre as necessidades dos metalúrgicos. Mas mais uma vez mostramos que somos trabalhadores unidos e dispostos a lutar pelo que é nosso direito”.

Para Carpinha, é preciso destacar ainda a renovação das Convenções Coletivas de Trabalho. “Além das propostas econômicas, tivemos uma grande batalha para garantir as cláusulas sociais, que garantem direitos fundamentais, principalmente frente a tantos ataques que sofremos nos últimos anos”.

Leandro lembra que, mesmo durante a pandemia da Covid-19, uma parcela considerável das pessoas continuou trabalhando. “Pais e mães de família saíram de suas casas, sob risco de morte, para garantir que as fábricas continuassem produzindo. E esse esforço dos metalúrgicos deu certo: o resultado da indústria é bastante positivo. Por isso, nada mais juntos que os trabalhadores tivessem seu valor reconhecido”.

Confira as propostas aprovadas:

Confira as propostas reprovadas

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