O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (Smetal) apresenta hoje a pauta da campanha salarial deste ano, que será iniciada em setembro. Todos os metalúrgicos (sócios e não-sócios) das 14 cidades que formam o sindicato foram convidados para a assembléia, às 18h na sede da entidade. O presidente do sindicato, Ademilson Terto da Silva, sem citar números, adianta que além de ganho real e recuperação das perdas inflacionárias, a campanha deste ano será focada na diminuição da jornada de trabalho para 40 horas semanais e extensão da licença maternidade para seis meses. Na região a categoria conta com 38 mil trabalhadores.
A pauta a ser votada foi aprovada pelos Sindicatos da Federação Estadual dos Metalúrgicos da Cental Única dos Trabalhadores (CUT – FEM) no dia 8, mas agora o documento precisa ser votado pelos trabalhadores de cada um dos 13 sindicatos filiados à federação, como é o caso dos metalúrgicos da região de Sorocaba. No dia 24 deste mês este documento será entregue para a Fiesp. É importante que todos os metalúrgicos estejam presentes, afirmou Terto.
O presidente adianta que a campanha deste ano será focada as cláusulas econômicas, mas a redução da jornada de trabalho e licença maternidade serão pontos importantes da discussão. Os empresários falam que essas são cláusulas sociais, mas a gente vai discutir do mesmo jeito pois, ao nosso ver, são direitos importantes a serem reivindicados e, no caso da redução da jornada, vai haver criação de empregos, pondera ele.
As cláusulas sociais, como por exemplo a estabilidade de funcionários com doenças crônicas até a aposentadoria, foram discutidas na campanha passada e têm validade mínima de dois anos.
A diminuição da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais é uma reivindicação antiga dos metalúrgicos. Além da qualidade de vida dos funcionários, a redução tem como principal objetivo a criação de novos postos de trabalho. A proposta existe também em nível legislativo e existe um projeto de Emenda Constitucional (PEC) que tramita em Brasília há 14 anos. Vamos intensificar mesmo este ano esta reivindicação que já é antiga, pondera.
A extensão da licença maternidade para seis meses e não mais quatro, como determina a legislação previdenciária, também será uma reivindicação dos metalúrgicos, afirma Terto. Ele lembra que o governo trabalha com incentivo para as empresas que implantarem 180 dias para a licença maternidade.
Grupos patronais
Após essa fase de aprovação pelos trabalhadores de cada base sindical, as pautas serão entregues para todos os grupos patronais de compõem o setor metalúrgico, como montadoras, fundições, Grupos 2, 3, 8 e 10.
A data de protocolo dos documentos na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo, já está marcada: será dia 24 deste mês, juntamente com um ato sindical em frente à sede da entidade patronal, na avenida Paulista.
A regional do Centro das Indústrias de São Paulo (Ciesp), que representa as indústrias da região, foi procurada para comentar o assunto. O vice-diretor regional, Erly Domingues de Syllos, no entanto, afirmou que a entidade só deve se manifestar após o recebimento efetivo da proposta, que deve acontecer no dia 24, em São Paulo.
A diretoria do Sindicato conta com a presença de toda a categoria para votação da pauta. A sede fica na rua Julio Hanser, 140, perto da rodoviária.
