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Metalúrgicos alemães conquistam redução de jornada de 35 para 28 horas semanais

Acordo assegura ainda aumento de 4,3% para evitar concentração de renda. "É uma excelente resposta para a indústria 4.0", diz o brasileiro Valter Sanches, secretário-geral da IndustriALL

Rede Brasil Atual
BODO MARKS/IG METALL
'Tempo é vida, não dinheiro', diz sindicato. 'Produtividade conquistada com tecnologia precisa ser partilhada com a sociedade'

‘Tempo é vida, não dinheiro’, diz sindicato. ‘Produtividade conquistada com tecnologia precisa ser partilhada com a sociedade’

O IG Mettal, o mais forte sindicato alemão, que representa 3,9 milhões de trabalhadores nos setores metalúrgico e automotivo, obteve uma vitória que abre importante precedente – na Alemanha e no mundo – visando à qualidade de vida dos trabalhadores. Depois de uma série de reuniões tensas e paralisações de advertência de 24 horas, com prejuízo de € 200 milhões à economia de empresas como Porsche, BMW, Airbus e Daimler, a categoria conseguiu um aumento da massa salarial de 4,3%, ante a reivindicação de 6%, e a redução da jornada de trabalho semanal de 35 para 28 horas.

O acordo vai vigorar pelos próximos próximos 27 meses e proporciona cobertura para 900 mil trabalhadores na principal área industrial do país. A expectativa agora é que os benefícios conquistados influenciem outras negociações permitindo alcançar toda a base do sindicato.”

“No passado, as empresas demandaram flexibilidade para os trabalhadores, sem outro caminho. E isso foi ativado. Dar aos trabalhadores o direito de encurtar as horas de trabalho e poder determinar o próprio balanço entre vida privada e trabalho é uma excelente resposta para a indústria 4.0”, afirma o secretário-geral da IndustriALL, entidade mundial dos trabalhadores do ramo industrial, o metalúrgico brasileiro Valter Sanches, em referência às novas tecnologias no setor produtivo.

O IG Mettal é um dos sindicatos filiados à IndustriALL e também um dos mais fortes do mundo. Sanches foi diretor da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT) e do sindicato da categoria no ABC. Deixou a presidência da Fundação Comunicação, Trabalho e Cultura – mantenedora da TVT e da Rádio Brasil Atual – para assumir em outubro de 2016 a secretaria-executiva de uma das maiores organizações sindicais do mundo.

“Novas tecnologias significam que a produtividade continua a subir. O direito a trabalhar menos horas, enquanto se mantém o mesmo salário, é uma resposta essencial. A produtividade conquistada com a indústria 4.0 precisa ser partilhada com a sociedade e os trabalhadores”, diz o metalúrgico, funcionário da Mercedes. “Reduzir a jornada é um caminho para evitar a concentração de renda no bolso de poucos”, afirma ainda Sanches. “O aumento salarial vai ajudar a estimular a economia alemã.”

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