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Economia

Metalurgia tem queda na geração de emprego

Em janeiro de 2015 foram fechados 33 postos de trabalho, enquanto em 2014 foram abertas 830 vagas no período

Jornal Cruzeiro do Sul/Amilton Lourenço/Publicado em 16/03
Foguinho/Imprensa SMetal
‘Temos conseguido firmar alguns bons acordos de manutenção de postos de trabalho nas empresas que se dispõem a dialogar com o Sindicato’, afirma Terto

‘Temos conseguido firmar alguns bons acordos de manutenção de postos de trabalho nas empresas que se dispõem a dialogar com o Sindicato’, afirma Terto

O setor metalúrgico fechou 33 vagas de emprego em janeiro de 2015, enquanto no mesmo período do ano passado foram abertos 830 novos postos de trabalho, o que representou uma variação negativa de 104% na geração de empregos para trabalhadores desse segmento, aponta um estudo do Sindicato dos Metalúrgicos (SMetal) de Sorocaba, que abrange 14 cidades da região. O trabalho foi elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O levantamento aponta ainda uma acentuada redução na geração de empregos entre os anos de 2013, quando foram abertas 1.409 oportunidades de trabalho, e 2014, com a geração de 619 vagas – queda de 56%.

O boletim indica que nas cidades que formam a base do SMetal, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, indica que em janeiro desse ano foram admitidos 933 funcionários e demitidos 966, gerando saldo negativo de 33. Outro dado importante é que dentre os subsetores metalúrgicos, 25 apresentaram saldos negativos, ao passo que 39 encerraram o mês de janeiro com abertura de postos de trabalho.

Ao avaliar os resultados, o sindicato afirma que apesar do fechamento de postos, os números não retratam a realidade do mercado de trabalho metalúrgico no primeiro mês do ano. “Se retirarmos o fechamento ocorrido em uma única empresa, o saldo passa a indicar a abertura de 185 postos de trabalho”, diz a assessoria de comunicação do sindicato.

Considerando todos os setores da economia, os 14 municípios que fazem parte da base do sindicato dos metalúrgicos de Sorocaba registraram o fechamento de 502 postos de trabalho ao longo do mês de janeiro. Nestas cidades, ao todo foram 13.312 contratações e 13.814 desligamentos.

Na indústria aconteceram 2.659 admissões contra 2.621 desligamentos, saldo positivo de 38; na construção foram criadas 1.181 vagas e fechadas 1.071, saldo positivo de 110; no comércio foram 3.730 contratações e 4.450 demissões, saldo negativo de 720; serviços contratou 5.137 e desligou 4.960, saldo positivo de 177; e agropecuária abriu 605 vagas e fechou 712, gerando redução de 107 vagas, em janeiro. As cidades pesquisadas são: Sorocaba, São Roque, Votorantim, Iperó, Piedade, Pilar do Sul, Salto de Pirapora, Araçoiaba da Serra, Itapetininga, Ibiúna, Tapiraí, Sarapuí, Araçariguama e São Miguel Arcanjo.

Avaliação otimista

Numa visão otimista, o presidente do SMetal Sorocaba, Ademilson Terto da Silva, avalia que as condições do emprego são favoráveis em Sorocaba e apresenta os motivos: “As perspectivas de emprego no setor metalúrgico na região de Sorocaba são, até o momento, bastante razoáveis se considerarmos a diversidade do nosso parque industrial. Há setores produtivos com perspectivas de expansão ou, pelo menos, de manutenção dos níveis atuais de atividades. São exemplos desse cenário a Toyota e suas fornecedoras, chamadas de sistemistas; as fabricantes de autopeças e algumas produtoras de máquinas”, lembra o sindicalista.

Outros segmentos, porém, ainda enfrentam dificuldades, como o setor de bens de capital. Mas a alta do dólar aponta uma oportunidade de recuperação da produtividade dessas indústrias, afirma Terto. “Não vemos motivos para alarmes no momento, até porque o nível de emprego no ramo metalúrgico da região permaneceu estável, com 45 mil trabalhadores, inclusive no pior período do ano passado para o País, que foi o segundo semestre.”

Por outro lado, o presidente do SMetal recomenda cautela. “Devemos ficar atentos à postura das fábricas em relação à manutenção do nível de emprego. Temos conseguido firmar alguns bons acordos de manutenção de postos de trabalho nas empresas que se dispõem a dialogar com o Sindicato. Foi o caso da CNH Case, onde fizemos um acordo que reduziu a jornada, criou um banco de horas temporário e evitou dezenas de demissões.”

Efeito Toyota

Para o sindicato, a ampliação da Toyota em Sorocaba é um dado positivo nesse cenário. “Ela (a montadora) deve contratar de 400 a 500 novos funcionários. Algumas fornecedoras da Toyota, em consequência, também estão planejando contratações”, avalia. “Agora, temos uma grande preocupação com aquelas empresas que tiram proveito de notícias econômicas ruins, mesmo que elas não estão sofrendo impactos negativos em sua produção. Temos precedente de empresas que se aproveitam de cenários pessimistas para praticar uma rotatividade abusiva, substituindo descaradamente funcionários mais valorizados por trabalhadores com salário menor para ocupar o mesmo posto de trabalho. Temos também casos de empresas que usam a crise alheia como argumento para negar reajustes salariais até em época de data-base da categoria”, alerta Terto.

Para finalizar, o presidente do sindicato diz que há em Sorocaba uma perspectiva de equilíbrio no mercado de trabalho metalúrgicos. “Estamos trabalhando com um cenário de manutenção de empregos. Mas para isso é necessário termos no País um panorama de estabilidade econômica e política. Nenhum empreendedor do setor produtivo, nacional ou estrangeiro faz investimentos quando há instabilidade nesses campos.”

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