A Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba tem atrasado os pagamentos de médicos, prestadores de serviço e fornecedores desde fevereiro deste ano
A Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba tem atrasado os pagamentos de médicos, prestadores de serviço e fornecedores desde fevereiro deste ano.
Os salários de fevereiro e março foram efetuados somente na última segunda-feira, dia 6. Já os pagamentos de abril continuam em atraso. A constatação foi feita pelo presidente da Comissão de Saúde da Câmara, Izídio de Brito (PT), na manhã desta quarta-feira, dia 8, em reunião com o diretor Administrativo de Relacionamento com o Cliente da entidade, Newton Tomio Miyashita.
Na reunião, solicitada por Izídio após receber denúncias de credores da instituição, Miyashita admitiu os atrasos e confirmou que o problema só não atinge enfermeiros e alguns outros profissionais da Santa Casa, que estariam recebendo os salários em dia.
O administrador alegou que os atrasos ocorreram porque o repasse da prefeitura tem sido insuficiente para arcar com as despesas do atendimento público. Ele também afirmou que a tabela do SUS para pagamento de consultas e procedimentos médicos está defasada.
Na semana passada, a Câmara Municipal aprovou um repasse adicional para a Santa Casa no valor de R$ 505 mil por mês, retroativos a janeiro deste ano. Com isso, o valor mensal que o município destinará à instituição de saúde saltará de R$ 1.365.000 para R$ 1.870.000.
A Santa Casa, porém, ainda não recebeu os recursos previstos nessa nova medida. Segundo Izídio, o administrador também não garantiu que o aumento do repasse irá resolver o déficit financeiro da unidade de saúde em relação ao atendimento pelo SUS.
Empréstimo e má gestão
Miyashita disse que a administração da Santa Casa fez um empréstimo bancário na Caixa Econômica Federal para pagar, em cheques, os funcionários, fornecedores e prestadores de serviço. O administrador também afirmou que os pagamentos referentes a abril serão efetuados até o dia 15 deste mês.
Segundo Izídio, o atraso no pagamento do pessoal é mais uma mostra da má de gestão na Santa Casa. “Esse tipo de coisa não pode mais acontecer, pois em uma próxima vez poderemos não ter a compreensão e colaboração dos profissionais frente a tais dificuldades, comprometendo ainda mais os serviços prestados à saúde da população do município”, avaliou Izídio.
Para o vereador, Miyashita tem razão em algumas reclamações, como a defasagem da tabela do SUS, mas “é evidente que também há problema de gestão na Santa Casa e falta apoio do governo estadual para arcar com os custos com a saúde no município”
Acompanhamento do caso
Presidente da Comissão de Saúde da Câmara, Izídio afirmou que vai continuar acompanhando os próximos pagamentos, buscando garantir a normalização da situação. “Queremos evitar um lapso na rede que tende a acontecer com mais atrasos nas folhas de pagamento desses profissionais e prestadores”, concluiu.
A Santa Casa tem 75 leitos, entre internação e UTI, destinados para pacientes do SUS através do convênio com a prefeitura. Mas, segundo denúncias recebidas pelo vereador, o setor de atendimento particular da unidade de saúde também estaria enfrentando problemas financeiros.
De acordo com a direção da Santa Casa, o SUS repassa cerca de R$ 2 milhões para o hospital, enquanto os gastos com atendimento público somam R$ 4 milhões. Por isso, a Santa Casa reivindica um reajuste de 100% na tabela do SUS.
