A direção da metalúrgica Martins & Martins, em Araçariguama, abriu negociações com o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região para discutir o pagamento de verbas rescisórias atrasadas de aproximadamente 300 trabalhadores demitidos no final do ano passado. Os donos da fábrica afirmam que colocaram bens à venda e que aguardam o pagamento de clientes, como a Volkswagen, para pagar os funcionários.
A empresa parcelou o pagamento das rescisões, mas já está com duas prestações vencidas e os trabalhadores enfrentam problemas financeiros. Nesta quarta e quinta-feira os ex-funcionários realizaram protestos em frente à empresa, liderados pelo Sindicato dos Metalúrgicos, para cobrar as parcelas atrasadas.
Em negociação com o Sindicato nesta quinta-feira, dia 5, a direção da fábrica afirmou que hoje mesmo colocou cinco caminhões à venda, além de outros bens do empresário Mauro Martins, como reboque, escavadeira e outros. A empresa alega, também, que tem três notas fiscais para receber da montadora Volkswagen, cliente da Martins, no valor aproximado de R$ 200 mil.
O Sindicato estima que a dívida total com os trabalhadores seja de aproximadamente R$ 3 milhões, incluindo verbas rescisórias e depósitos do FGTS.
Na segunda-feira os ex-funcionários voltam a se reunir na porta da fábrica para avaliar o movimento. “Esperamos que até segunda a empresa já tenha conseguido pagar no mínimo as parcelas atrasadas aos ex-funcionários, pois tem trabalhador com dificuldade financeira, com aluguel atrasado e nome no SPC”, diz o dirigente sindical Valdeci Henrique da Silva.
O problema
Depois que a Volkswagen deixou de fabricar os modelos Kombi e do Gol G4, no ano passado, a Martins & Martins reduziu seu quadro de funcionários de aproximadamente 400 para pouco mais de 100 trabalhadores, dos quais apenas 70 estão na ativa, pois os demais estão afastados pela Previdência.
A empresa parcelou as verbas rescisórias dos 300 demitidos em até 10 vezes, de acordo com o saldo do trabalhador. Mas desde o mês de março a fábrica deixou de pagar as parcelas.
Na quarta-feira, dia 4, em apoio aos ex-funcionários, os metalúrgicos que ainda trabalham na Martins paralisaram a produção. Nesta quinta-feira, dia 5, a paralisação foi encerrada e a fábrica voltou a produzir, mas os demitidos continuaram na porta da empresa.
O Sindicato dos Metalúrgicos, que lidera as manifestações e as negociações com a fábrica, cobra uma solução rápida por parte da empresa, “porque os trabalhadores não têm culpa do problema entra a fábrica e a Volkswagen”, diz Valdeci.