Ao som das canções e das danças das mulheres feministas da nação do maracatu, Baque Mulher, a atividade, deste mês, do Ciclo de Formação SMetal, teve início nesta terça-feira, às 19h15, com um público com mais de 350 pessoas, de diversos segmentos da sociedade (confira mais fotos aqui).
A palestrante da noite, a filósofa e escritora Marcia Tiburi prendeu a atenção do público com reflexões sobre o contexto político brasileiro que persegue politicamente um ex-presidente num processo sem uma prova concreta e sobre o feminismo como potência transformadora da sociedade.
Diante desse cenário, Marcia convoca toda a população a pressionar, nas ruas, o sistema judiciário e o governo golpista de Temer (PMDB) para acabar com o Estado de Exceção imposto pelo golpe de 2016.
Marcia, que durante o Ciclo, lançou o livro “Feminismo em comum: para todas, todes e todos”, deu vários elementos para se pensar os jogos de poder patriarcal e fundamentou razões para alimentar a união dos movimentos feministas e outros contra o machismo culturalmente arraigado na sociedade.
Com base na dialética do senhor e do escravo, do filósofo alemão Hegel, Marcia – que falou por uma hora seguida – impulsiona o público a expandir a capacidade cognitiva (habilidades mentais e cerebrais, necessárias para a obtenção do conhecimento) para mudar a equação atual do poder ser “exercido” pelos homens e a violência ser “sofrida” por mulheres.
“Eu não tenho televisão há 20 anos e estou muito feliz assim, leio e escrevo livros”. Filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT) ela declara que sua tarefa é ajudar a pensar.
Após a palestra houve dois blocos com três perguntas cada e sessão de autógrafos, em seguida. Marcia autografou até às 23h40.
Registros das emoções
O evento também contou com a inauguração da exposição “Para que um novo tempo amanheça”, do fotógrafo profissional Tiago Macambira, dos coletivos Mídia Ninja e Jornalistas Livres. As 19 fotos ficarão permanentes no SMetal, no espaço cultural Carlos Roberto Mantovani.