Aos gritos de “Fora Crespo”, sorocabanos fecharam os dois terminais da cidade na noite da última segunda-feira, dia 24, em protesto à greve do transporte público, a mais longa da história da categoria. A paralisação completou 21 dias nesta quarta-feira, 26.
De acordo com o Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba, apesar dos ataques “covardes e irresponsáveis” da Prefeitura contra os trabalhadores do transporte, a população vem compreendendo que o impasse está na falta de diálogo e vontade do atual prefeito José Crespo (DEM).
“Está provado que não se trata de questão econômica, mas de uma política revanchista do prefeito Crespo, que está demonstrando irresponsabilidade ao deixar o transporte público parado por puro ego”, afirma o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Paulo Eustásia.
O coordenador da subsede Sorocaba da CUT e dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos (SMetal), Ademilson Terto da Silva, lembra que a Câmara Municipal chegou a oferecer a antecipação de recursos economizados para resolver o impasse, sem o aumento na tarifa, mas a Prefeitura não aceitou. “Ao invés de negociar um reajuste digno, Crespo prefere criar um caos na cidade e atacar trabalhadores”, critica.
Assembleia
Nesta quinta-feira, dia 27, os trabalhadores do transporte urbano se reunirão, às 10h e às 18h, para definir os próximos passos da luta por reajuste salarial. A assembleia foi convocada após audiência de instrução realizada na segunda-feira, 24, na Justiça de Trabalho de Sorocaba.
Durante a audiência, o juiz afirmou que a greve é um direito legal dos trabalhadores, porém fez um pedido para que a paralisação seja suspensa até o julgamento do dissídio, que está marcado para o dia 9 de agosto. Segundo o Sindicato, a proposta será colocada em votação nessas assembleias.