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Opinião

Mais um presente de grego do governo

Confira no editorial da Folha Metalúrgica avaliação do governo federal golpista. A taxa reduzida de inflação tem sido anunciada como sinônimo de estabilidade. Não é bom estar estável no fundo do poço

Imprensa SMetal
Agência Brasil
Hoje as propostas do governo federal se traduzem em medidas recessivas, em retirada de direitos da população, em diminuição do papel do Estado e no empobrecimento da maior parcela da sociedade.

Hoje as propostas do governo federal se traduzem em medidas recessivas, em retirada de direitos da população, em diminuição do papel do Estado e no empobrecimento da maior parcela da sociedade.

Uma das muitas práticas abomináveis do governo federal golpista tem sido tratar os prejuízos impostos aos trabalhadores e à economia brasileira como se fossem boas notícias, como se fossem verdadeiros “presentes” do “novo regime” aos habitantes da Nação. É o que tem acontecido com os baixos índices de inflação, que é assunto de matéria nesta edição da Folha Metalúrgica.

A taxa reduzida de inflação tem sido anunciada por governistas como sinônimo de estabilidade econômica. Nada mais mentiroso. Não é bom para a população estar estável no fundo do poço.

A inflação baixa atual é consequência da estagnação do setor produtivo, do desemprego, da perda de poder aquisitivo de uma grande parcela dos brasileiros e da insegurança em relação ao futuro do mercado de trabalho. Ela é fruto da recessão econômica.

A recessão implica em queda na produção por falta de demanda, por falta de procura por produtos e serviços. A recessão é sinônimo de país que não cresce, não se desenvolve. É sintoma de uma economia e uma sociedade que recuam, que retrocedem em termos de mercado.

A recessão atual está relacionada também com a taxa de juros elevada, com a falta de investimentos internos e externos no país e com a ausência de políticas públicas de desenvolvimento.

Hoje as propostas do governo federal se traduzem em medidas recessivas (que retraem o mercado interno), em retirada de direitos da população (terceirização e reformas trabalhista e previdenciária), em diminuição do papel do Estado (sucateamento de estatais e serviços públicos) e no empobrecimento da maior parcela da sociedade.

O projeto dessa direita que tomou o poder no Brasil implica em reduzir tanto o papel do Estado (no sentido de governo da Nação) que ele nem terá mais condições de atuar como incentivador, como indutor do desenvolvimento.

O objetivo é entregar o país. É vender o Brasil em fatias, incluindo as decisões econômicas e os bens e serviços públicos, às bilionárias corporações cujos acionistas, espalhados pelo mundo, vivem de renda.

Muitos empresários, na ânsia imediatista de manter seus lucros, contribuem com o agravamento da crise. Não é incomum demitirem mais do que seria necessário e propor achatamentos salariais para quem fica no emprego. Tudo em nome da manutenção de suas margens de lucro, que eles não admitem reduzir, embora exijam que o trabalhador aceite reduzir seus direitos.

A inflação baixa associada à recessão tende a levar os empresários a negarem a reposição salarial nas datas-bases dos trabalhadores este ano.

No caso dos metalúrgicos, que têm data-base em setembro, o INPC de setembro de 2016 a abril de 2017 está acumulado em apenas 1,53%. Mas quem vai ao supermercado ou tem contas básicas a pagar, como água, luz, moradia e vestuário, sabe que esse índice não retrata o aperto que o trabalhador está passando.

É indispensável para a categoria metalúrgica e para a classe trabalhadora, neste momento, somar forças para resistir ao bombardeio que o governo ilegítimo e seus apoiadores despejam sobre a sociedade.

O preço da falta de consciência de classe e da omissão podem ser prejuízos irreparáveis. A geração atual será responsável pelo que a história contará no futuro a respeito do legado que deixaremos para os trabalhadores brasileiros do amanhã.

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