Em assembleia geral realizada na noite desta sexta-feira, dia 27, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba, os trabalhadores aprovaram as propostas de reajuste salarial de 8% e renovação das cláusulas sociais da convenção coletiva da categoria de cinco dos seis grupos patronais. Os trabalhadores desses grupos representam 92% (41.400) dos 45 mil metalúrgicos da região.
Com a aprovação dos acordos, os metalúrgicos dos grupos 2 (máquinas e eletrônicos), 3 (autopeças, forjaria, parafusos), 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos, entre outros), Fundição e Estamparia garantiram reajuste salarial de 8% (6,07% referente à inflação e 1,82% de aumento real) retroativos à 1º de setembro, data-base da categoria.
Apenas o grupo 10 (lâmpadas, equipamentos odontológicos, material bélico entre outros) não teve proposta colocada em votação, mas as negociações com a Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM/CUT) devem prosseguir na próxima semana.
O G10 chegou a apresentar uma nova proposta nesta sexta, mas foi rejeitada na mesa de negociação pela FEM, pois as empresas ofereceram os 8% nas grandes fábricas, mas apenas 7,15% de reajuste nas pequenas empresas.
Convenção coletiva
Além do reajuste salarial, as convenções coletivas nos grupos que tiveram propostas aprovadas nesta sexta trazem avanços nas cláusulas sociais, especialmente para mulheres, gestantes e trabalhadores em vias de aposentadorias. Todas as garantias que já existiam na Convenção anterior também serão renovadas.
“O acordo aprovado assegura reajustes salariais e direitos inclusive nas pequenas empresas, onde não há condições de mobilização e, por isso, os trabalhadores estariam sujeitos a ficar sem condições mínimas de salários nem garantias sociais”, afirma Ademilson Terto da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região.
“Nas empresas maiores, com mais organização sindical, a gente tem condição de buscar reajustes melhores de salários, além dos 8%, e direitos adicionais aos metalúrgicos. Mas, para isso, temos que garantir as condições básicas para os pequenos primeiro”, acrescentou o dirigente.
Negociações demoradas
A pauta de reivindicações da FEM foi entregue aos grupos patronais no dia 4 de julho. Desde então, as negociações estiveram emperradas. As empresas se recusavam a pagar aumentos acima da inflação e não queriam ceder novos direitos sociais na convenção coletiva.
Até 15 dias atrás, as negociações tinham evoluído pouco. Os grupos empresariais ofereciam apenas 0,5% de aumento real, além de 6,07% de reposição da inflação.
Após uma série de paralisações e protestos de metalúrgicos na semana passada, em várias regiões do estado, inclusive Sorocaba, os empresários chegaram à proposta atual, de 8%.
“Neste ano, o aumento real médio de toda a indústria nacional foi de 1,62%. Na nossa campanha salarial, conquistamos 1,82%. Além da garantia das cláusulas sociais, esse é outro motivo que faz com que a nossa campanha salarial tenha sido vitoriosa”, comemorou o presidente do Sindicato.
(Gabrielli Duarte/Imprensa SMetal)
(Gabrielli Duarte/Imprensa SMetal)