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Política

Mais de 50 mil pessoas acompanharam o registro da candidatura de Lula

"Uma mentira não é capaz de destruir com uma relação de 40, 50 anos com o povo”, disse Fernando Haddad, candidato a vice de Lula

Brasil de Fato
Ricardo Stuckert

Pela primeira vez na história do Brasil, um candidato a presidente é registrado na companhia de milhares de brasileiros e brasileiras. Nesta quarta-feira (15), cerca de 50 mil pessoas se concentraram em Brasília, para protocolar o registro da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores (PT).

A entrega do pedido de registro junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi feita por uma comissão liderada pela presidenta do PT, a senadora Gleisi Hoffmann, a ex-presidenta Dilma Rousseff, o candidato a vice na chapa Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, e a parceira de coligação, a deputada federal do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Manuela D’Ávila.

Entre os manifestantes, participaram do ato os mais de cinco mil trabalhadores rurais que marcharam por mais de 50 quilômetros nos últimos cinco dias, culminando na capital federal.

Kelli Mafort, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), afirmou que a mobilização em Brasília superou as expectativas e demonstrou que o povo brasileiro sabe o que quer.

“Quem está aqui hoje fazendo essa luta está representando aqueles milhares e milhares de brasileiros e brasileiras que já manifestaram que querem eleger presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. E essa é uma luta histórica, porque mostra que o registro de uma candidatura não deve ser apenas um ato burocrático. Mas uma construção coletiva, como a que estamos vendo hoje”, afirmou.

Fernando Haddad disse que a consolidação da candidatura de Lula é uma demonstração de que a estratégia golpista está perto do fim.

“Eles queriam que o povo desistisse do Lula. Eles queriam a todo custo que o povo esquecesse do Lula. Mas o povo conhece o Lula. Uma mentira não é capaz de destruir uma relação de 40, 50 anos com o povo”, disse Haddad, que ainda leu uma mensagem, enviada por Lula.

“A partir de amanhã vamos percorrer o Brasil. Cada um de vocês terá que ser Lula caminhando pelo Brasil, fazendo campanha”, escreveu o agora candidato, preso político desde o dia 7 de abril em Curitiba.

Pouco antes de entrar no prédio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a senadora paranaense Gleisi Hoffmann, falou aos manifestantes.

“Estamos aqui de cabeça erguida, para dizer a eles [a direita] que nós não temos medo. Acreditamos no povo brasileiro. O registro dessa candidatura é uma vitória para nós”, declarou.

Edson Carneiro, membro da intersindical e do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), que tem candidato próprio à Presidência, também esteve no ato em Brasília e destacou a necessidade de defender a liberdade e o direito de Lula ser candidato.

“Nós temos claro que a tentativa do Judiciário, da Rede Globo, da direita, do sistema financeiro de impedir a candidatura do ex-presidente Lula é uma ação que busca aprofundar a retirada de direitos e consolidar o golpe. Portanto, nós não temos dúvidas em estar aqui para dizer que o presidente Lula tem o direito legítimo de ser candidato. E não é um direito só dele, mas dos milhões e milhões de brasileiros que querem votar nele”.

Parlamentares, governadores, artistas, intelectuais, representantes de movimentos populares e sindicais também estiveram presentes no ato em frente ao TSE.

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