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Luta sindical garantiu a manutenção do FGTS; conheça a história desse direito
Criado em 1966, a gestão do FGTS sofreu mudanças a partir de 1999 quando os trabalhadores conquistaram o direito de participarem do Conselho Curador do Fundo
Portal CUT
O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), vai muito além de uma indenização recebida por trabalhadores e trabalhadoras com carteira assinada, que foram demitidos sem justa causa. Desde a sua criação em 1966, o FGTS passou por diversas mudanças e hoje é o principal financiador da casa própria e de investimentos para setores essenciais como o saneamento básico e a infraestrutura.
Em 2023, o FGTS deve financiar 440 mil moradias do Minha Casa Minha Vida, dos 555 mil contratos do programa – um aumento de 15% em relação ao ano passado. O orçamento previsto para FGTS subsídios é de R$ 9,5 bilhões, segundo a Caixa Econômica Federal.
Desde 2019, praticamente a única fonte de crédito para a casa própria popular é por meio do Fundo. Como os empréstimos com esses recursos são de interesse social, os juros e correção cobrados dos mutuários são menores do que o vigente no mercado financeiro.
O FGTS também empresta bilhões, cujos pagamentos são distribuídos em forma de lucro para o trabalhador que tenha uma conta ativa, desde 2016. A última distribuição em agosto deste ano foi no valor de R$ 12,7 bilhões, que representaram 99% do lucro do ano passado, a 70 milhões de contas individuais vinculadas até 31 de dezembro de 2022.
Todas essas decisões passam pelo Conselho Curador do Fundo, criado em 1989, composto por uma comissão tripartite com representantes do governo: Ministério do Trabalho e Emprego; Casa Civil; Cidades; Finanças e Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.
Os empresários são representados pelas Confederação Nacional da Indústria, Confederação Nacional do Sistema Financeiro, Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.
As centrais sindicais: CUT, UGT e Força Sindical representam os trabalhadores.
A participação dos trabalhadores na gestão do FGTS
Foi a partir da participação dos trabalhadores que a gestão se tornou ainda mais transparente, acredita o economista e assessor da CUT no Conselho do FGTS, Clóvis Scherer.
“Houve mais cuidados com os recursos, que, apesar das idas e vindas, de retrocessos, com períodos ruins de arrecadação, teve avanços”, diz o economista.
Scherer explica que o período ruim foi no começo dos anos 1990, quando o total de contratações de trabalhadores com carteira assinada foi muito pequeno. Os avanços foram a partir do primeiro mandato do presidente Lula, com crescimento do mercado de trabalho e a aplicação dos recursos foi destinada ao social, à habitação popular e menos para a classe média.
Nos anos 2000, com Lula, os ativos do FGTS cresceram mais de 10 vezes em função da criação de empregos com carteira assinada e a gestão do fundo passou a dar melhores resultados
Não tenho celular, o que faço?
É possível ter acesso às informações do FGTS, sem precisar ir a uma agência da Caixa. De um telefone fixo, basta ligar para 0800-726-0207. Será preciso informada data de nascimento e número do NIS, o Número de Identificação Social. Trata-se de um cadastro do Governo federal para identificar quem recebe ou não benefícios sociais, mas serve também para garantir que trabalhadores recebam direitos previdenciários e trabalhistas.
Uma das formas de saber o número do NIS é pela nova Carteira de Trabalho Digital. Está na página inicial e corresponde ao número do PIS/Pasep.