Os trâmites jurídicos com relação ao caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – que teve recurso julgado no dia 24 de janeiro, em Porto Alegre, pelo Tribunal Regional (TRF4) -, ainda não foram esgotados, mas um cenário em que ele seja impedido de concorrer às eleições já é desenhado pela grande mídia e forças políticas.
Segundo levantamento realizado nesta segunda-feira (29) e terça (30), pelo Datafolha, nos cenários em que o nome do ex-presidente é apresentado como candidato, Lula aparece liderando as pesquisas com 34% a 37% das intenções de voto. E no segundo turno venceria também todos os nomes apontados.
Caso Lula seja barrado pela Lei da Ficha Limpa, quatro candidatos disputariam uma vaga no segundo turno contra Jair Bolsonaro. A pesquisa, a primeira realizada após o julgamento pelo TRF4, aponta Bolsonaro com 18% das intenções de voto, à frente de Marina Silva (Rede) com 13%, Ciro Gomes (PDT) com 10%, Geraldo Alckmin (PSDB) e Luciano Huck (sem partido), ambos com 8%.
Em comparação com o último levantamento feito em novembro de 2017, Bolsonaro estacionou. Tanto que seria derrotado em dois possíveis segundo turnos pelo ex-presidente Lula e pela senadora Marina Silva.
O Datafolha fez 2.826 entrevistas em 174 municípios. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.
Substituto
A forte campanha midiática e o golpe jurídico contra Lula parece não ter abalado a preferência do eleitorado pelo petista, porém, pode ser que sua indicação a um segundo nome possa ter sido comprometida, segundo o levantamento. Um dos nomes cogitados pelo PT é o do ex-governador da Bahia Jaques Wagner, que aparece com 2%.
O percentual de eleitores que votaria nulo ou branco sobe de 16% para 28%, com a ausência do ex-presidente. O nome de Fernando Haddad também pode ser um nome do PT, mas não aparece nas pesquisas.
A pesquisa levantou também a migração dos eleitores de Lula. Marina Silva ficaria com 15% do eleitorado petista, e Ciro com 14%.
E dentro do PSDB as disputas se acirram. O fato de Alckmin não se firmar nos cenários apresentados, ficando entre 6% e 11% dos votos, provocou discussões internas no partido, levantando nomes como Luciano Huck, que aparece empatado numericamente com o governador paulista, e o prefeito paulistano João Doria, que apareceu com 5%.