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Lava Jato esconde inquéritos contra Lula e cerceia direito de defesa

Após Moro abrir acesso em segundo inquérito oculto contra Lula, GGN revela existência de mais 16 procedimentos em sigilo da Lava Jato

Rede Brasil Atual

Ocultação de processos e investigações contra o Lula é prática da equipe da Lava Jato

Já no fim dos trabalhos da força-tarefa da Operação Lava Jato sob a mira de Luiz Inácio Lula da Silva, e com riscos maiores de qualquer violação a direitos de defesa colocarem tudo a perder, o juiz federal Sergio Moro abriu nesta semana o segundo inquérito em segredo de Justiça que investiga Lula. Além dos dois procedimentos ocultos, o GGN encontrou outros 16 restritos da equipe de Moro.

Os advogados Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira descobriram a existência do procedimento, que tramitava em máximo sigilo, quando analisavam os documentos do inquérito sobre o apartamento do Guarujá. Em meio às comunicações entre os procuradores da República e o juiz do Paraná, os advogados do ex-presidente encontraram uma manifestação do MPF que mencionava a existência de outro inquérito com mira em Lula.

“As investigações referentes à aquisição do apartamento no município do Guarujá pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva são, por ora, conduzidas nos autos do Inquérito Policial nº 5035245-28.2016.4.04.7000”, deixaram passar os procuradores.

Imediatamente após ter conhecimento dessa outra frente de investigações comandadas por Sergio Moro contra Lula, a defesa pediu acesso aos autos. A primeira resposta de Moro foi afirmar que os advogados de Lula já estavam registrados para ver as peças.

Os advogados negaram, insistindo pela liberação. Moro consultou os procuradores para saber do que se tratava. Em resposta, no dia 24 de agosto, o magistrado abriu o acesso de Zanin e Teixeira a um segundo inquérito policial, que também tramitava sem o conhecimento da defesa de Lula.

Ainda assim, não era aquele descoberto nas comunicações que os procuradores da Lava Jato deixaram passar. Sergio Moro então compreendeu que os advogados queriam o acesso a uma segunda investigação contra Lula.

Mostrou que havia se confundido de inquérito e que o novo mencionado pelos procuradores da República não era nem sequer um “inquérito” e não trazia as especificações da investigação, como os focos ou possíveis pessoas envolvidas – o que asseguraria ao juiz negar o acesso de Lula.

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