Os metalúrgicos e os trabalhadores de vários outros ramos, como bancários, químicos e petroleiros, têm participado de várias mobilizações nos últimos dias para chamar a atenção da sociedade e cobrar medidas do governo sobre o processo de desindustrialização pelo qual o país passa.
As mobilizações têm sido necessárias porque os trabalhadores entendem que a indústria nacional, devido ao grande volume de importação, tanto de produtos prontos quanto de componentes, ameaça seriamente a escalada de geração de emprego no Brasil, que nos últimos anos tem registrado a criação de aproximadamente dois milhões de postos de trabalho a cada ano.
Mas não é somente o trabalhador que deve estar preocupado com a desindustrialização, não! Os empresários também devem se preocupar e apoiar medidas que protejam a produção e os postos de trabalho.
Por isso, nesta semana, Ademilson Terto da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, vai procurar os empresários sorocabanos e da região do setor para convidá-los a participar das manifestações dos trabalhadores, que deverão ser realizadas em várias partes do país nos próximos meses.
Terto vai convidar os empresários porque entende que impedir a desindustrialização brasileira é uma tarefa de todos: trabalhadores e empresários.
Além disso, a participação dos empresários vai, com certeza, ajudar a dar mais peso às manifestações.
Terto acrescenta, porém, que o Sindicato dos Metalúrgicos não defende reserva de mercado ou bloqueio de importados. O que a entidade defende são medidas que permitam ao Brasil avançar tecnologicamente para que o país passe a depender menos de produtos e tecnologias estrangeiras, com o objetivo de defender empregos, mas sem reduzir direitos trabalhistas.
A aceitação do convite pelos empresários, liberando os funcionários para participar de futuras manifestações, vai mostrar o grau de interesse do empresariado sobre o assunto.
Se houver participação deles nas ações pela valorização da indústria brasileira, será uma prova de que realmente eles estão preocupados com o momento econômico do país.
Mas se não houver essa participação, ficará claro que os empresários preferem, ao invés de ações, continuar com a mesma choradeira de sempre.