O jovem Vitor Nascimento, de 21 anos, foi assassinado por um segurança da casa de eventos e shows, Kart Beer, na madrugada do último sábado (6), quando se divertia com os amigos em uma festa.
Informações levantadas pelo Portal Porque, que constam no boletim de ocorrência, mostram que houve uma briga generalizada, envolvendo os amigos do jovem assassinado, que, por sua vez, só tentava apartar a discussão. Os seguranças do bar, então, apareceram e expulsaram os cinco rapazes do estabelecimento.
Ainda de acordo com o registro, enquanto os jovens iam para o carro, um dos seguranças apareceu junto à uma pessoa desconhecida – que estava envolvida na confusão – e começou a agredir os garotos. Esse mesmo profissional, que deveria estar protegendo os frequentadores, saca uma arma e atinge Vitor na altura do abdômen.
Protestos
Na manhã do domingo (7) diversas pessoas se reuniram em frente ao Kart Beer para protestar contra a morte de Vitor Nascimento.
Militantes de movimentos e coletivos negros de Sorocaba e outras pessoas, em solidariedade, prestaram homenagens ao Vitor e aos outros jovens negros que foram mortos e exigem investigações. Os representantes dos movimentos lembraram nomes de jovens que foram assassinados na cidade, recentemente.
Dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), que compõem o Coletivo Racial da entidade, participaram do protesto e repudiam a morte do jovem Vitor. Os metalúrgicos pedem justiça por este e tantos outros que morreram pelo racismo estrutural e violência contra a juventude negra.
Outro caso
Vitor é o segundo rapaz negro que perdeu a vida em circunstâncias envolvendo este mesmo bar. Em dezembro de 2018, Caique dos Santos havia saído para ir ao Kart Beer e, após dois dias desaparecido, começou a ser procurado pelos familiares.
Caique, à época com 25 anos, foi encontrado pela família no Hospital Regional de Sorocaba. O jovem deu entrada na unidade de saúde com trauma cranioencefálico, possivelmente ocasionado por agressão física. Esse crime segue impune e, até hoje, a família realiza protestos e cobra respostas das autoridades.